Infelizmente não sabemos, pois não há um escrito biográfico sobre Nossa Senhora que transmita tal informação. Tudo o que se pode dizer sobre isso são hipóteses, que nunca poderão ser fundamentadas. Ela provavelmente casou-se muito jovem e provavelmente teve Jesus com cerca de 15 anos. Sabemos que a sua morte aconteceu depois daquela do seu filho, mas não quando. É provável que não tenha morrido antes dos 50 anos, mas quantos anos tinha exatamente não podemos saber.

 

Festa da Assunção

Hoje, 15 de agosto, os católicos comemoram a Assunção de Maria aos céus. É um dogma recente definido somente no século passado, no ano 1950. Segundo essa doutrina, Maria, quando terminou sua caminhada na terra, foi levada par ao céu, corpo e alma.

A mensagem que deriva dessa convicção é que Maria, como Nova Eva, é uma antecipação da ressurreição da carne, que acontecerá para todos nós depois do juízo universal.

Os católicos baseiam tal crença na tradição, mas não existe um apoio bíblico. Já no VI século encontramos textos que dizem que o corpo de Maria não sofreu corrupção depois da morte (Efrem). Mais famosos são os dois apócrifos que falam diretamente desse fato. São escritos do VI século, portanto 300 anos depois dos fatos.

Visto que o dogma se fundamenta sobre a tradição e não em fatos contados pela Bíblia, as igrejas protestantes e evangélicas, que não retém a tradição como elemento fundamental para a fé, não concordam com esse dogma.

As igrejas ortodoxas, invés, acreditam na dormição de Maria, isto é, que ela não morreu, mas dormiu e seu corpo foi levado para o céu.

 

A história contada pelos apócrifos

Há alguns apócrifos que falam especificamente do evento que desemboca nesse dogma: a Dormição da Santa Mãe de Deus, atribuída a São João, o Teólogo, ou o evangelista, obra do VI século; A Morte da Virgem Maria, atribuído a José de Arimatéia, mas mais recente do que o anterior.

O apócrifo a “Morte da Virgem Maria” conta que Nossa Senhora pediu ao filho para avisá-la da sua morte três dias antes. A promessa foi cumprida: o segundo ano após a Ascensão de Cristo, Maria estava orando quando o anjo do Senhor apareceu a ela. Ele estava segurando um ramo nas mães e disse: Em três dias, será a sua assunção. Maria chamou José de Arimateia e outros discípulos do Senhor e anunciou a eles a sua morte:

"Chegando no domingo, na terceira hora, conforme o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos em uma nuvem, Cristo desceu com uma multidão de anjos e acolheu a alma de sua amada mãe. Houve um tal esplendor de luz e um perfume suave, enquanto os anjos cantavam o Cântico dos Cânticos, que o Senhor disse: ‘Como o lírio entre os espinhos, assim é a minha amada entre as filhas’ - que todos aqueles que foram ali presentes cobriram seus rostos, como os apóstolos quando Cristo se transfigurou no Monte Tabor, na presença deles, e por toda uma hora e meia, ninguém foi capaz de se levantar. Então a luz foi embora e junto com ela foi assunta ao céu a alma da Bem-Aventurada Virgem Maria em um coro de salmos, hinos e cânticos. E enquanto a nuvem se elevava, toda a terra tremeu, e num instante todos os habitantes de Jerusalém viram claramente a morte da Santa Maria.”

Naquele momento, Satanás instigou os habitantes de Jerusalém que pegaram em armas e se dirigiram contra os apóstolos para matá-los e pegar o corpo da Virgem Maria, que queriam queimar. Mas lhes veio uma cegueira e não puderam fazer nada. Os apóstolos fugiram com o corpo da Virgem Maria, levando-o até ao vale de Josafá (próximo do Jardim das Oliveiras), onde eles colocaram num sepulcro: naquele momento, conta o apócrifo, uma luz do céu cobriu os apóstolos e o corpo santo de Maria foi arrebatado ao céu pelos anjos.