Não há uma resposta pronta na Bíblia. Naquela época não existiam pessoas institucionalizadas que pregavam o Evangelho: não existiam padres ou pastores/as que eram ungidos e/ou formados para esse fim. Obviamente os apóstolos foram escolhidos por Cristo, mas não foram só eles que pregaram o evangelho na igreja nascente. Também os 72 discípulos, em Lucas 10, foram designados por Jesus. Todavia, cada um que entrava em contato com Cristo, descobria a Boa Nova, se tornava evangelizador. Veja, por exemplo, em Lucas 8,1-3, quando o evangelista conta como Jesus anunciava o Evangelho acompanhado por diversas mulheres:

Depois disso, ele andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, o procurador de Herodes, Susana e várias outras, que o serviam com seus bens.

 

Antes de entrar no mérito da questão, é importante ter presente dois elementos.

1. A sociedade, no período em que a Bíblia foi escrita, era extramamente machista. A bíblia não pode prescindir desse contexto histórico. Por isso não podemos pensar que um autor sagrado pense como nós hoje, em relação aos direitos das mulheres. Apesar disso, é evidente que a base de igualdade entre os dois sexos é já colocada nos textos sagrados.

2. Quaquer reflexão sobre o direito das mulheres a serem pastoras sofre a influência da discíplina que rege as leis da igreja católica em relação à ordenação de padres. Na igreja católica não existe a possibilidade de uma ordenção de mulher.

 

 

Há muitas igrejas protestantes onde o papel da mulher como pastora não suscita mais nenhuma perplexidade. Outras, provavelmente por causa da influência da igreja católica, ainda não trilham essa estrada.

 

Tendo em vista essas primícias, poderíamos investigar a sua questão do pondo de vista histórico. Mas não vamos nos deter muito, mesmo porque os elementos são escarsos.  Citamos apenas dois elementos, um deles bíblico.

 

  1. No Novo Testamento, o único texto que menciona um papel institucional de uma mulher na igreja nascente se encontra em Romanos 16,1:
    Recomemdo-vos Febe, nossa irmã, diaconisa da Igreja de Cencréia, para que a recebais no Senhor de modo digno, como convém a santos , e a assistais em tudo o que ela de vós procisar, porque também ela ajudou a muitos, a mim inclusive.
  2. Na internet podemos encontrar uma lista de mulheres, sobretudo na igreja de língua grega, que foram ordenadas diáconas.

 

Não o conheço bem, mas se você quiser seguir esse tema, pode acessar esse site: http://www.womenpriests.org/ Há diversos temas e informações históricas sobre a questão do sacerdócio da mulher. A sua impostação básica é "a ordenação da mulher na Igreja Católica".