Jeremias nasceu por volta do ano 650 antes de Cristo, quando governava o famoso rei Josias. Realizou o seu ministério em Jerusalém, até o momento trágico do exílio em Babilônia. A sua vocação é emblemática e traz tantas mensagens para todos que querem seguir a Deus. Citamos, pra contextualizar, quanto ele mesmo diz no primeiro capítulo do livro, nos versículos 4-9:

A Palavra de Yahweh chegou a mim com a seguinte convocação:
“Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações!”
Contudo, eu redargui: “Ó Eterno Yahweh! Eis que eu não sei me expressar como convém; não passo de uma criança!”
Entretanto, o SENHOR me orientou: “Não alegues que és muito jovem. A todos a quem Eu te enviar, irás, e tudo quanto Eu te ordenar, falarás.
Jamais te sintas atemorizado diante deles, porque Eu estou contigo a fim de proteger-te!” Assim diz Yahweh.
Então o SENHOR estendeu a mão, tocou a minha boca e declarou-me: “Eis que a partir de agora coloco as minhas palavras em tua boca!

Naquele período, Jerusalém vivia uma situação delicada. O povo não seguia os preceitos e o Exílio será como uma expiação dos pecados, um novo começo. O profeta do Senhor precisava denunciar, precisava abrir a boca e proclamar a vontade de Deus, chamando a atenção do povo e dos governantes. Não podia ser alguém com medo!

Como outros servos de Deus (veja Moisés), Jeremias não se sente preparado para a missão. A vocação é exigente, pois pede que conformamos a nossa própria vida à esfera divina. E nós estamos muito aquém do modo de agir de Deus. Essa distância causa uma impressão de incapacidade, de distância do ideal. É uma perspectiva da pessoa chamada, mas Deus conhece bem os nossos limites e sabe das nossas capacidades. Como diz a sabedoria popular, Ele escreve certo por linhas tortas.