Sabemos, através da história da criação contada pelo Gênesis, que tudo que Deus fez era "bom".  Se tudo era bom, por que as coisas mudaram?

Deus é bom. Criou-nos a sua imagem e semelhança e nos indicou o caminho do bem. Mas, a paz e a felicidade que existiam, no princípio, foram abafadas e perdidas quando o pecado entrou no mundo e na vida das pessoas. Essa realidade é fruto da escolha humana, da liberdade presenteada por Deus. É só através dessa perspectiva que podemos entende o mal relacionado com Deus: porque somos livres, dom de Deus, existe o mal. Porém ele não vem de Deus, mas da nossa escolha e só essa característica é divina.

Isaías, no capítulo 45, está falando de Ciro como instrumento de Deus. Foi o rei que libertou o povo hebreu do Exílio na Babilônia e permitiu que voltasse a Jerusalém e retomasse a sua vida na Terra Prometida. Mesmo sendo um rei que não segue a Iahweh, Deus se serve dele para libertar o povo; através dessa ação demonstra como é Senhor da terra, como é o único Deus que conta, que engloba tudo, o bem e o mal, a luz e as trevas, que faz tudo.

O profeta usa conceitos extremos para sublinhar a raio de ação divino, que transcente todo limite. É uma figura de linguagem, a antítese. Temos, portanto que ler o texto de Isaías como uma figura de linguagem, como um recurso literário. E como tal, não há contradição entre os antônimos usados. Apesar de opostos, eles não se contradizem, ao contrário, dão maior destaque à ideia que o profeta está desenvolvendo, isto é, que Deus é o Senhor de tudo.