Primeiro de tudo é importante sublinhar que acreditamos que Jesus é Deus. Portanto, Deus estava na cruz naquele momento. É verdade que a trindade é formada por três pessas (pai, filho e espírito santo), todavia existe perfeita unidade entre eles e em nenhum momento o filho foi abandonado pelo pai.

É claro que o grito de Jesus na cruz representa um grito de angústia, de dor. Nisso ele é solidário com a humanidade que sofre, redimindo-a. Ao mesmo tempo não é um grito desesperado, mas cheio de confiança no pai. De fato, as palavras de Jesus significam uma oração; é o início de um salmo (Salmo 22). E podemos imaginar que Jesus o tenha rezado inteiro. Ele começa assim:

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste,
descuidado de meu salvar,
apesar das palavras de meu rugir?
Meu Deus, eu grito de dia, e não me respondes,
de noite, e nunca tenho descanso.

Como disse em outro texto, no momento da desgraça, Jesus reza, se une ao pai, entra em comunhão com ele. O Salmo começa com um grito de angústia, mas é profundamente marcado pela esperança em Deus.

Concluindo, devemos dizer que Jesus não está desesperado, na cruz. Se entrega ao pai, transmitindo esperança a quem sofre e redimindo a toda a humanidade.