Olá Maria Beatriz da Silva de Pelotas / Rs

 

A origem da confusão entre Matias e Zaqueu.

Justa a dúvida com respeito à confusão que existe de Matias com o publicano Zaqueu. Esta constatação vem de uma antiga identificação, mas que não está confirmada na totalidade de sua veracidade, que começou a circular nos meios religiosos a partir dos escritos de Clemente, Strom, IV.6., e dos escritos dos gnósticos. Facilitou esta confusão porque o nome de Matias foi confundido com o nome de Mateus o publicano, apóstolo de Jesus e autor do evangelho de Mateus.

Nota: Além da confusão entre os nomes Matias e Zaqueu, também na antiguidade foi confundido Zaqueu foi com Mateus, ambos seriam publicanos. Estas considerações vieram de grupos gnósticos, que possuíam ensinamentos secretos que vinham dos escritos de Hipólito, Philos VII. 8.

Concluindo: existem razões para estas confusões entre os nomes de Matias e Zaqueu, mas o que os livros do Novo Testamento nos apresentam sobre estas duas personagens é o verdadeiro. Vejamos no texto do Novo Testamento:

Assim foi escolhido Matias.

O grupo dos 120 apóstolos reunidos apresentou para Pedro dois nomes José chamado Barsabas, cognominado de o Justo e Matias. Eles eram profundos conhecedores de Jesus desde o Batismo de Jesus por João e acompanharam sua vida de pregação. O grupo dos apóstolos pediu em oração a Deus o discernimento entre os dois nomes. Lançaram sorte e a sorte caiu sobre Matias, que passou a substituir Judas Iscariot. A narrativa aconteceu dias antes de Pentecostes no ano de 33 d.C. Este tipo de escolha: lançar sorte é considerado por muitos estudiosos como um modo arcaico e foi a última vez que o grupo dos apóstolos utilizaram.

Um pouco da história de Zaqueu.

O evangelho de Lucas, em 19,1-10 fala de Zaqueu e sua confissão de pecador e conversão a Deus, a partir do encontro que tem com Jesus em sua casa.

Dele só sabemos que era chefe dos publicanos, o que indica que fazia um trabalho de supervisão da coleta dos impostos que eles efetuavam. Esse seu trabalho causava uma impopularidade e até indignação da parte dos judeus, uma vez que os cobradores de impostos retinham uma parte da arrecadação para si e repassavam ao governo romano apenas a parte estipulada no contrato e muitas vezes, por isso, a cobrança de impostos era abusiva, também para garantir o que deveria ser repassado. A parte a ser paga era estipulada pelo governo, com base em uma estimativa das rendas e era inferior ao que era arrecadado e por isso eles enriqueciam.