Na verdade, essa mudança de palavras não tem nada a ver com a recomendação presente no epílogo de Apocalipse (22,18-19).

As diferentes versões da Bíblia que nós temos em nossas mãos (Testemunhas de Jeová, Paulus, Bíblia de Jerusalém, Almeida, Linguagem de Hoje, CNBB, Vozes, Ave Maria, etc) são traduções do texto original. Cada uma delas é feita por uma equipe diferente. É por isso que os textos não coincidem. De fato, diante de um vocábulo grego, hebraico ou aramaico (línguas originais da Bíblia) cada tradutor é livre de usar a palavra portuguesa que ele julga mais conveniente. É isso que acontece com a passagem de Hebreus 1,6. A minha tradução seria: adorem-no todos os anjos de Deus.

O verbo grego é "proskunew" e é normal traduzi-lo com "adorar". Todavia, ninguém impede que um tradutor julgue mais adeguado outra palavra. É óbvio que a escolha do tradutor não fica impune, pois o valor de uma tradução reside exatamente no fato do tradutor ter sido capaz de dizer em português aquilo que o texto original quis transmitir. Pessoalmente não vejo muito sentido em trocar "adorar" por "prestar homenagem", mas isso não basta para julgar uma versão como "adulterada".