Quando li a sua pergunta veio imediatamente em mente o texto escrito por Paulo aos cristãos de Corinto:

Por primeiro, eu lhes transmiti aquilo que eu mesmo recebi, isto é: Cristo morreu por nossos pecados, conforme as Escrituras; ele foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras (1Coríntios 15,3-4).

Embora essa expressão de Paulo "segundo as escrituras" provavelmente se refere a uma fórmula já fixada pelos cristãos e imortalizada no "creio", denota também a certeza de que as escrituras confirmam a ressurreição de Cristo e que ela não é inventada por Paulo ou por outro apóstolo.

Quando se fala de escritura se entende Antigo e Novo Testamento. Os evangelhos confirmam a ressurreição de Cristo, que era também profetizada. 

  • Oseias 6,1-2: Venham, voltemos a Javé: ele nos despedaçou, mas ele nos vai curar; ele nos feriu, mas ele vai atar nossa ferida. Em dois dias ele nos fará reviver, e no terceiro dia nos fará levantar, e passaremos a viver na sua presença.
  • Jonas 2,1: Javé enviou um peixe bem grande para que engolisse Jonas. E Jonas ficou no ventre do peixe três dias e três noites.
  • Salmos 16,10: porque não me abandonarás no túmulo, nem deixarás o teu fiel ver a sepultura.

 

Depois de três dias

O próprio Jesus fala da sua ressurreição "depois de três dias", quando profetiza a sua paixão:

«O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias.» (Marcos 8,31 - veja também 9,31 e 10,34)

A expressão "depois de três dias" é um semitismo, isto é, uma expressão linguística típica do ambiente bíblico para indicar um período de tempo breve, mas indeterminado.

A expressão "depois de três dias" é mais antiga do que aquela "no terceiro dia", usada no creio, que é influenciada pelo evento histórico da ressurreição de Cristo.