A história de Balaque e Balaão, contada em Números 23 é muito bonita. Vale a pena ler e ver como Deus é fiel a seu povo e não tem intenção de amaldiçoa-lo, mas o abençoa, pois o escolheu para si como povo da Aliança, a quem prometeu uma terra onde corre leite e mel. Por causa dessa promessa que Ele fez, não pode tirar sua bênção de sobre ele, pois seria infiel, seria mentiroso.

Há ainda outros textos que mostram quanto é sólida a vontade de Deus:

  • Malaquias 3,6: Eu sou Javé, e não mudo. Vocês, ao contrário, filhos de Jacó, vocês não se definem.
  • Tiago 1,16-17: Não se enganem, meus queridos irmãos: qualquer dom precioso e qualquer dádiva perfeita vêm do alto, desce do Pai das luzes, no qual não há fases ou períodos de mudança.

Por outro lado, em Gênesis 6,6 lemos que Deus se arrepende te ter criado o homem. Esse arrependimento abre as portas para a narração do dilúvio.

Isso parece uma contradição, mas não é. A verdade que Deus é imutável, firme na sua vontade. Mas a linguagem usada para descrevê-Lo é linguagem humana. Os autores bíblicos não têm palavras para descrever a Deus de maneira transcendente e usam termos e figuras que conhecem, comparando Deus a um ser humano. Isso se chama antropomorfismo. Mas não significa que Deus é exatamente como se descrive.

Nós temos que falar de Deus, contar como Ele é. Mas tudo o que dissermos dEle será limitado e nunca renderá a devida realidade divina. É um limite próprio da linguagem e do pensamento humano. Isso em nada diminiu a divindade de Deus. Serve apenas para nós entendermos melhor quem Ele é.