Não é verdade, não. A ressurreição é um evento histórico, sobre o qual se baseia a nossa fé. Paulo, sobre isso, fala na 1Coríntios 15,14:

Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé.

É verdade que uma corrente da teologia protestante (Barth, Bultmann) sublinha como Cristo teria ressuscitado na fé dos discípulos e não historicamente. Para Bultimann, por exemplo, o fato histórico que se pode atestar, do ponto de vista histórico, não é a ressurreição de Jesus em si, mas a fé pascoal dos primeiros discípulos.

As reflexões desses teólogos influenciaram muito a teologia do século passado. Mas é importante se perguntar se a fé pode prescindir da história, isto é, é possivel separar assim radicalmente fé e história, ciência e teologia. A fé, acredito, não é abraçar insconscientemente um pacote fechado, jogando fora a reflexão, as chaves da razão para não ser perturbados por dúvidas e por perguntas. Fé e razão, fé e história devem conviver juntas.

Não é fácil acreditar na ressurreição. Quando Paulo fala aos gregos, em Atenas (Atos 17), eles escutam com prazer, mas quando começa a falar na ressurreição de Cristo dão as costas para ele e termina o diálogo.

A ressurreição não é uma figura de linguagem, mas é um fato histórico, fundamento da fé de todo cristão.