A justificação é um conceito fundamental nas cartas de Paulo no Novo Testamento. Paulo ensina que a justificação é o ato de Deus pelo qual os pecadores são declarados justos diante Dele, não por suas obras, mas pela fé em Jesus Cristo. Isso significa que, através da fé, os crentes são perdoados e aceitos por Deus.
Paulo explica que a justificação ocorre pela graça, através da redenção que está em Cristo Jesus (Romanos 3,24). É um dom gratuito de Deus, não baseado nos méritos humanos, mas na fé no sacrifício de Cristo (Romanos 5,1).
Paulo elabora essa ideia teológica a partir da própria experiência. Ele se dá conta que a nossa experiência nos coloca continuamente diante da condição de fraqueza em relação ao mal, que a observância da Lei de Deus não resolve sozinha. Cristo nos liberta dessa escravidão que quase nos “obriga” a seguir a lei da “carne”, apesar de sermos atraídos pelo bem. Cristo realiza essa libertação dando-nos o seu Espírito, através do batismo, que nos faz morrer com Ele e nos dá uma vida nova, como seres humanos novos, recriados do início, capazes de abraçar plenamente a Deus. O Espírito “escreve” a lei de Deus dentro dos nossos corações, como fossem Tábuas da Lei mosaica, em maneira tal que nos comportar segundo a vontade divina se torna o nosso modo de viver.
Paulo fala sobre a justificação em várias de suas cartas no Novo Testamento. Aqui estão alguns dos principais trechos,
- Romanos 3,21-26: Paulo explica que a justificação vem pela fé em Jesus Cristo e é um dom gratuito de Deus.
- Romanos 5,1: Ele afirma que, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
- Gálatas 2,16: Paulo enfatiza que ninguém é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo.
- Filipenses 3,9: Ele fala sobre ser encontrado em Cristo, não tendo uma justiça própria que vem da lei, mas aquela que vem pela fé em Cristo.
Esse tema da justificação está intimamente ligado à observância da Lei, a Torá para os judeus e igualmente os preceitos descritos no Novo Testamento, juntamente com a Torá, a Lei, para os cristãos. Alguns podem pensar que basta a observância do preceito para alcançar a salvação. É aí que entra a relação entre justificação e a Lei, um tema central nas cartas de Paulo. Ele argumenta que a justificação não pode ser alcançada através da observância da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Apesar disso, não é descartada a importância da Lei. Aqui estão alguns pontos-chave que Paulo destaca:
- A Lei revela o pecado: Paulo explica que a Lei serve para mostrar aos seres humanos a sua pecaminosidade e a necessidade de um Salvador (Romanos 3,20).
- A justificação é pela fé, não pelas obras da Lei: Em várias passagens, como Gálatas 2,16 e Romanos 3,28, Paulo afirma que ninguém será justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo.
- A Lei não pode salvar: Paulo argumenta que a Lei, por si só, não tem o poder de salvar ou justificar. Ela aponta para a necessidade de uma justiça que vem de Deus, que é recebida pela fé (Romanos 8,3-4).
- Cristo cumpriu a Lei: Paulo ensina que Jesus Cristo cumpriu perfeitamente a Lei e, através de Sua morte e ressurreição, Ele oferece a justificação a todos os que creem (Romanos 10,4).
Em resumo, Paulo vê a Lei como um guia que aponta para Cristo, mas é através da fé em Jesus que a justificação é alcançada.
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