Assim continua a colocação:

Hoje estou conhecendo outras igrejas e ouço sobre os dízimos e fico numa prova só. Não sei se continuo acreditando no que aprendi a vida toda ou se é verdade que devemos dizimar fielmente. Essa dúvida até atrapalha a fé do meu esposo... E sinto que com a cabeca que tenho hoje não me encaixo mais na igreja onde fui criada.

Acredito que não precisamos repetir todas as reflexões já feitas aqui no site sobre o dízimo. Temos repetido que o dízimo é uma das formas que a Bíblia revela como meio para a solidariedade. É louvável pela Bíblia e deveria ser seguida ainda hoje. Mas não é uma lei; é um ensinamento. Isto é, ensina a sermos generosos, a reconhecermos que o que se tem é dom de Deus e deve ser dividido. Não é uma obrigação simplesmente, mas uma forma, repito, de fazer solidariedade.

Se a sua contribuição do dízimo servirá para fazer solidariedade, de maneira comprovada e transparente, não deixe de participar. Se você não sabe para onde vai o dinheiro que dá, não se sinta obrigada. Pode muito bem colocar em prática o ensinamento divino de maneira diferente, ajudando, por exemplo, algum pobre seu vizinho, alguém que encontra pela estrada.

Outra coisa é a ajuda à manutenção da igreja. Se você faz parte de uma comunidade e se sente seu membro, deve ajudar a manter as funções que ali se realizam. E, às vezes, para isso é necessário recursos financeiros. A comunidade precisa encontrar a forma de suprir essas necessidades. Isso nada tem a ver com o dízimo. Trata-se simplesmente de saber administrar, como se faz com a administração dos recursos em uma família.

Outro conselho importante é reconhecer as próprias capacidades. Não dê mais do que pode e não acredite que se você der, receberá em troca. Essa lógica econômica não funciona com Deus. A teologia da retribuição é um instrumento demoníaco nas mãos de alguns aproveitadores. O amor é gratuito; não pretende e nem quer nada em troca.

Concluindo, o dízimo é um ensinamento muito importante para o cristão, pois ensina a deixar de ser egoísta e abrir os olhos para a necessidade do próximo, que não é o pastor e ou o pároco, mas o pobre, a viúva e o órfão.