A pergunta em forma completa: 

Olá, gostaria de saber por qual razão Paulo, quando retornou a Jerusalém, aceitou fazer o que o que os presbíteros lhe propuseram, isto é, "portanto, faça o que lhe dizemos. Estão conosco quatro homens que fizeram um voto. Participe com esses homens dos rituais de purificação e pague as despesas deles, para que raspem a cabeça. Assim, todos saberão que não é verdade o que falam de você, mas que você continua vivendo em obediência à lei. Quanto aos gentios convertidos, já lhes escrevemos a nossa decisão de que eles devem abster-se de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. No dia seguinte Paulo tomou aqueles homens e purificou-se com eles. Depois foi ao templo para declarar o prazo do cumprimento dos dias da purificação e da oferta que seria feita individualmente em favor deles." (Atos 21, 23-26). Porque Paulo destemido escondeu o que pregava, se omitiu de uma certa forma para não parecer que estava pregando contra Moisés (as ordenanças eu creio) dizendo para não circuncidarem-se e para que deixassem os costumes de lado. Eu não entendi essa atitude de Paulo, me soa desobediência, negação sei lá. Atenciosamente.

Olá Joaquim Telles de Presidente Prudente / SP!

Para responder a pergunta, li o texto varias vezes. Diversos elementos entram em consideração. De fato tens razão quando afirma que soa com uma desobediência a do apóstolo Paulo seguir as orientações da comunidade judeu-cristã de Jerusalém.

Se pode entender que houve uma tentativa, da parte dos judeus cristãos de Jerusalém de querer que os judeus de Jerusalém esquecessem o discurso de Paulo contra a lei. Assim que vendo Paulo entrar no Templo com outros quadro gentios, (provavelmente de Éfeso, e fazendo o voto de Nazianzeno), ajudariam a Paulo a ser aceito pelos Judeus

O texto é claro ele os judeus cristãos de Jerusalém dizem para Paulo, faça aquilo que nos dizemos, e não haverá problemas.

Conforme as cerimônias que envolviam o voto de Nazianzeno antes de entrar no Templo se faziam as purificações rituais durante sete dias, no lugar chamado átrio dos israelitas e depois entravam no Templo. Apresentando-se aos sacerdotes para as oferendas. Conforme a narrativa do texto assim Paulo procedeu e acompanharam os gregos que faziam votos, mas foram identificados. Iniciando-se um tumulto que culminou com a prisão de Paulo. Por este motivo as portas do templo se fecharam e mandam para fora Paulo e os gregos, e a turba dos judeus indignada começaram a linchá-los. Um estrangeiro, pagão entrar no Templo era crime e seria condenado a morte. De fato existiam placas nas entradas do Templo, indicando esta proibição.

A questão é porque Paulo deu ouvidos aos judeus cristãos para não criar problemas com os judeus de Jerusalém. Uma verdade é esta, a comunidade judeu cristã de Jerusalém no início queria viver em harmonia com os judeus e freqüentavam o Templo e se reuniam para celebrar a eucaristia. Não havia ainda conflito. A convivência era pacifica.

Pode-se imaginar que Paulo como estava chegando a primeira vez em Jerusalém agora convertido ao cristianismo foi se apresentar a Pedro, que presidia a comunidade de Jerusalém. Falando de sua conversão e das maravilhas que fazia em nome de Jesus.

Está situação inicial de Paulo mostrando-se um judeu cristão, praticando ainda rituais da lei judaica logo cai por terra. Sabemos da personalidade forte e combativa de Paulo. Ele continuou seu discurso contra a Lei e da entrada dos pagãos livres da circuncisão na comunidade.

Esta controvérsia só se resolveu com o concílio de Jerusalém, em que a comunidade cristão começa a aceitar os pagão ao Batismo sem a necessidade da circuncisão.

Caro Joaquim tua dúvida em compreender está atitude de Paulo, é verdadeira. A narrativa foge do que Paulo é verdadeiramente. Acredito muito mais no Paulo, que seguiu o evangelho de Jesus, com corpo e espírito, do que Paulo apaziguador, aceitando viver uma vida com ritos judaico e vivência cristã.