O comentário completo do nosso leitor segue abaixo:

Os essênios tinham hábitos e disciplinas severas; faziam voto de castidade, praticavam a caridade, negavam a propriedade particular e dividiam tudo que tinham entre eles. Olhavam o próximo com amor e misericórdia sempre. Enfim, tudo que se diz de cristo, que conduz a supor que o cristianismo é uma consequência dos essênios. A doutrina dos essênios tinha como objetivo a purificação da alma com a aproximação com o homem ideal aos olhos de Deus. Se cristo era um essênio, como tudo indica, não queria isso significar que ele se distancia de qualquer divindade que lhe é atribuída?

Provavelmente não há nenhuma relação entre Jesus e os essênios, exceto o fato de serem ambos nascidos da raiz comum do judaísmo. Há muita especulação sobre esse grupo de judeus que um tempo estavam à frente do culto em Jerusalém, mas que se rebelou contra as práticas do templo e passou a viver em uma comunidade às margens do Mar Morto, a cerca de 50 quilômetros de Judá. Estiveram lá até serem ‘destruídos’ provavelmente pelos romanos, por volta do ano 70 depois de Cristo. A eles pertenciam os manuscritos encontrados na há certa de 60 anos, em cavernas, conhecidos como “manuscritos do mar morto”.

É um tema muito explorado pela mídia sensacionalista, mas hoje em dia muita luz se fez sobre esse grupo e os cientistas descreveram em detalhes muitas características dessa seita judaica e a maioria dos escritos foram publicados. Restam apenas poucos fragmentos de manuscritos, compostos de poucas letras, que, de qualquer forma, estão disponíveis para a consulta. Não há secretos ou coisas “escondidas”, como às vezes se escuta em meios sensacionalistas, que gostam de explorar a falta de conhecimento de certo setor do mundo cristão.

As suas considerações são consequências dessa propaganda um tanto irresponsável. Como disse, Jesus não foi essênio. Para afirmar isso, basta sublinharmos o mandamento de Cristo de amar os inimigos. O inimigo, na comunidade dos essênios não só não era amado, mas contra ele existia o desejo da batalha final. Portanto, existe uma discrepância fundamental entre a doutrina de Cristo e aquela dessa comunidade.

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