Esses fatos não são verdadeiros. Já em relação a quanto escrito na Bíblia, sobre a historicidade dos fatos, temos que prestar muita atenção, analisar cada evento, pois muitas narrações bíblicas não têm a preocupação histórica, no sentido que concebemos hoje. Em relação ao Antigo Testamento, muitos fatos, como aqueles inerentes à Abraão, foram escritos muitos séculos depois que aconteceram e são frutos de várias tradições orais, que só muito mais tarde foram colocados por escrito.

As fontes históricas extra-bíblicas pouco falam dos personagens citados na Bíblia e por isso temos pouco apoio para levantar hipóteses de coisas que não estão contadas no texto sagrado.

A Bíblia é muito reticente sobre a biografia dos personagens bíblicos. Isto é, contam muito pouco sobre como viveram. Ela se interessa somente por aquilo que viveram em relação à mensagem divina. Mesmo sobre Jesus não temos quase nada escrito da sua infância até quanto começou o seu ministério. E Jesus é o protagonsita por excelência da Bíblia.

As lacunas sobre a vida dos personagens bíblicos deram espaço a inúmeras fantasias, obras literárias que tentaram preencher esses vazios. Foi assim que nasceram muitos apócrifos, escritos bem depois dos fatos históricos e influenciados por ideologias e teologias nem sempre ortodoxas. Na maioria dos casos, esses livros trazem historinhas edificantes, mas que estão muito longe da realidade e não devem ser tomados como livros históricos.

 

Sobre Taré (ou tará) o pai de Abraão, o primeiro patriarca, nada sabemos, exceto quanto dito em Gênesis 11: filho de Nacor  e que gerou Abraão quando tinha 70 anos (Gênesis 11,24-25), além de ter sido pai de Nacor e Arã, o pai de Ló (Gênesis 11,27). Fora disso, nada mais é dito na Bíblia sobre esse personagem e tudo mais que escutamos sobre ele não tem nenhum fundamento histórico.