Olá Marcos de Juiz de Fora / MG!! Está correta à observação quanto às obras da carne que aparece em algumas traduções 15 e outras 17.

Há pouco dias chegou para nós pergunta semelhante, tentei responder, a questão. Na conclusão abri uma perspectiva, o fundamental no texto não é a questão de ser 15 ou 17 as obras da carne, mas o fundamental e necessário para sermos amigos de Deus e evitar qualquer uma das obras da carne, elas nos afastam de Deus e dos irmãos.

Entretanto a pergunta volta insistir na questão do número, 15 ou 17. Na carta aos Gálatas em especial nesta perícope trabalhei vários anos, na tese de doutorado com o título “A escatologia cristã na carta aos Gálatas”, e o estudo em particular de Gl 5,16-26. Foi rastreada toda a literatura existente e o que foi comentado para esta perícope. Uma das explicações mais convincentes é aquela de que mostra o catálogo dos vícios, sendo usado na literatura da época e que os grego-romanos conheciam muito bem. Na resposta anterior coloco o que os autores sugerem, total de 15 vícios, (também existentes nos catálogos gregos-romanos) citados em grupos de 3, enumerados por certos critérios: os sexuais, a falta de fé, a falta de fraternidade etc. Acredito que é o melhor caminho para chegarmos mais perto da compreensão é nos aproximarmos desta explicação.

Respeito à dificuldade da compreensão quando perguntas as diferentes traduções não vão confundir os leitores? Se no caso estas preocupações forem decisivas para o leitor, elas poderão causar atrapalho sem dúvida.

Nota: Lembro ainda que a tradução Almeida, embora seja a mais aceita e usada no mundo evangélico brasileiro, passou por muitos correções na composição. Uma que Almeida usou o chamado “textus receptus” (texto grego) (já falado a respeito em uma resposta). Traduções protestantes usaram este texto. Outras traduções usaram o texto crítico (grego) praticamente semelhante ao “receptus” com algumas alterações.

Esta pergunta como podes perceber tem limitações que irão depender da compreensão bíblica de cada um e da forma de entendimento. Para a escolha do melhor texto existe até uma ciência chama Critica textual, muito estudada pelos biblistas alemães, que comparam os diferentes textos originais que a humanidade dispõe. Penso que uma preocupação exagerada neste aspecto, nos afasta do que realmente Deus quer nos mostrar.