A principal fonte, em absoluto, são os escritos do Novo Testamento, sobretudo os evangelhos. Nesses textos, Jesus é o protagonista, o tema central. E, coisa mais importante, são escritos muito próximos, cronologicamente, do tempo em que ele viveu. Todavia, porvavelmente você quer saber se fora desses livros, na literatura extra-bíblica, temos fontes históricas que falam dele. Nesse sentido poderíamos elencar alguns escritos.

 

1. Antiguidades Judaicas de Flávio Josefo, escrita por volta do ano 93 depois de Cristo.

Nessa obra, que conta a história dos judeus até a guerra com Roma (70 depois de Cristo), aparecem 3 referências a Jesus e aos cristãos. O primeiro fala de João Batista (XVIII,116-119); o segundo menciona a morte de Tiago, o Justo, que Flávio chama de "irmão de Jesus, chamado  o Cristo" (XX,200); a terceira, conhecida como Testimonium Flavianum (XVIII,63-64), é a referência mais famosa. Esse texto, muito discutido (ver discussão), diz assim:

"Havia neste tempo Jesus, um homem sábio [, se é lícito chamá-lo de homem, porque ele foi o autor de coisas admiráveis, um professor tal que fazia os homens receberem a verdade com prazer]. Ele fez seguidores tanto entre os judeus como entre os gentios.[Ele era o Cristo.] E quando Pilatos, seguindo a sugestão dos principais entre nós, condenou-o à cruz, os que o amaram no princípio não o esqueceram;[ porque ele apareceu a eles vivo novamente no terceiro dia; como os divinos profetas tinham previsto estas e milhares de outras coisas maravilhosas a respeito dele]. E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não está extinta até hoje."

 

2. Justino - Diálogo com Trifão

Esse teólogo, do segundo século, na obra citada, menciona um aviso que os judeus de Israel enviaram àqueles judeus que viviam fora da Terra Prometida, na diáspora. Assim diria o aviso:

Apareceu uma heresia sem Deus e sem Lei de um certo jesus, impostor galileu; depois de o termos crucificado, os seus discípulos roubaram o corpo da sepultura onde fora colocado depois de ter sido tirado da cruz, e enganam as pessoas dizendo que ele ressuscitou dos mortos e subiu aos céus (Diálogo com Trifão CVIII,2).

 

3. Talmud de Babilônia

Essa obra, colocada por escrita no IV século, recolhe tradições muito antigas dos judeus. Nela apareceria uma menção a Jesus. Existe, todavia, muita dúvida sobre esse texto, pois fala de um certo Yeshu e não Yehoshuah, como era o nome de Jesus.

 

4. 18 bênçãos

É um texto litúrgico judeu muito antigo, do final do I século. Nele aparece uma referência aos cristãos, chamados de "nazarenos":

"Que não exista esperança para os apóstatas; cancela rapidamente nos nossos dias o domínio da usurpação e morram num instante os cristãos (noserim) e os heréticos (minim): sejam eliminados do livro da vida e não sejam inscritos com os justos. Bendito seja tu, Senhor, que esmaga os arrogantes".

 

5. Escritores romanos

Alguns escritores cristãos do segundo século recordam um texto de Talo, historiador romano do primeiro século, que fala da cruxificação de Cristo. Sexto Júlio Africano diz:

"Talo, no terceiro livro da sua História, defini a escuridão da sexta-feira uma eclipse solar. Isso me parece inaceitável".

A mesma passagem é lembrada por Flegonte de Tralles (segundo Eusébio de Cesareia), afirmando que o episódio aconteceu no quarto ano da olilmpíade 202 (anos 32-33) e durou 3 horas, da hora sexta até a hora nona.

 

Plínio o jovem

O governador da Província do Ponto e Bitínia, em uma sua carta escrita por volta do ano 112, ao imperador Trajano, fala dos cristãos que invocam "Cristo" como um Deus:

"Os cristãos... afirmavam, ainda, que a sua culpa ou erro consistia em reunir-se antes do amanhecer e cantar, com coro alternado, um hino a Cristo como se fosse um deus, obrigando-se, através de umapromessa, de não cometer algum crime, não roubar, não cometer adultério..."