A forma de sepultamento é livre. Os familiares do (a) falecido (a) decidem sobre ela.

Na Igreja cristã tem prevalecido a forma de enterro. O cadáver está sendo devolvido à terra de que, conforme Gn 3,19, foi formado. Mas também a cremação é uma forma de devolução da pessoa à terra. Ela não contradiz os princípios cristãos.

Há pessoas que se escandalizam com a cremação, ou que se sentem inseguros diante da decisão a tomar. A fé cristã não prescreve a forma de sepultamento; portanto, não existe um modo especificamente cristão deste ato. A escolha da forma de sepultamento faz parte do exercício da liberdade cristã. Dentro desta liberdade é lícito levar em consideração aspectos econômicos, higiênicos, de espaço físico, de distância geográfica ou outros, na opção por uma ou outra modalidade.

 A cremação, pois, não se presta a demonstração anticristã. Ela não limita ou impossibilita a ação re-criadora de Deus.

 

A Bíblia na verdade não se dirige especificamente ao assunto de cremação. Há exemplos no Primeiro Testamento de pessoas sendo queimadas até a morte (1 Reis 16:18; 2 Reis 21:6), e de ossos humanos sendo queimados (2 Reis 23:16-20), mas esses não são exemplos de cremação. É interessante notar que em 2 Reis 23:16-20, queimar ossos humanos no altar profanava o altar. Ao mesmo tempo, a lei do Primeiro Testamento em nenhum lugar proíbe um corpo humano falecido de ser queimado, nem aplica qualquer maldição ou julgamento a uma pessoa que é cremada.

A cremação era praticada nos tempos bíblicos, mas não era geralmente praticada pelos israelitas ou pelos crentes no Novo Testamento. Nas culturas nas quais a Bíblia se focaliza, enterro em uma tumba, caverna ou na terra era a forma comum de se dispor do corpo humano (Gênesis 23:19; 35:4; 2 Crônicas 16:14; Mateus 27:60-66). Enquanto sepultamento era a prática comum, a Bíblia em nenhum lugar comanda o sepultamento como a única forma permitida para se dispor de um corpo.