Anfictionia é um vocábulo muito raro, cujo significado é pouco conhecido. Consultando um dicionário, vemos que é "o direito de ser representado numa assembleia". O Anfictião, invés, era, historicamente, o representante de cada um dos estados confederados da Antiga Grécia.

 

Em base ao contexto da história grega, o teólogo alemão Martin Noth (1909-1968) criou a teoria segundo a qual em Israel, antes da monarquia, existia um sistema político e sobretudo religioso que se caracterizava pela anfictionia, ou seja, existia uma liga de tribos, cada uma sendo representada por um anfictião, seja no momento das decisões políticas que no culto. 

Essa tese, publicada em 1930 (System der zwölf Stämme Israels), foi seguida por vários estudiosos, mas hoje em dia é criticada, pois não se funda sobre elementos evidentes na Bíblia. Basicamente os críticos dizem que não basta a existência do modelo grego para sustentar a existência do mesmo esquema em Israel.

 

Você pode ler mais sobre esse argumento consultado o livro de Winfried Thiel, A Sociedade de Israel na Época Pré-Estatal, que encontrei disponível OnLine em versão PDF (http://pt.scribd.com), publicado em 1993, pela Sinodal e Paulinas.