A história nos mostra que os cachorros convivem há milênios com o homem e condivide muitos aspectos importantes da sua vida. Na mitologia, Ulisses tem um cão que lhe é muito fiel e só morre quando ele retorna. Este é só um exemplo para sublinhar como o cão é exemplo de sincera amizade. Até mesmo temos uma frase do célebre escritor Víctor Hugo, que dizia: "Veja o olhar do seu cachoro: você pode afirmar que não tem uma alma?"

Apesar desse conceito comum entre nós, na tradição hebraica o cão é considerado um animal impuro. Por isso encontramos na Bíblia certos textos em que o cachorro foi usado como meio de reprovação ou humilhação (1 Samuel 24,14; 2 Samuel 3,8; 9,8; 16,9). Paulo chama os falsos apóstolos de “caos” (Filipenses 3,2). Assim como o Apocalipse chama de “caos” aqueles que não entram no Reino do Céu (22,15).

Do ponto de vista teológico, o cachorro é uma criatura de Deus e como tal deve ser respeitado. A Bíblia, porém, sublinha a supremacia da pessoa na criação, que recebe o “sopro”, a alma. Isso, contudo, não significa apenas privilégio sobre as outras criaturas, mas também responsabilidade.