A frase "Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado" não está na Bíblia. É fruto de uma reflexão teológica que deriva das atitudes de Cristo. A máxima expressão deste comportamento de Jesus é encontrado na sua paixão, quando Ele morre pelos injustos (veja 1Pedro 3,18).

 

Há muitos outros textos que sublinham o amor de Jesus pelos pecadores, que Ele espera sempre que se convertam. Poderíamos citar a Parábola do fariseu e do publicano: enquanto rezavam no templo, o primeiro se julgava justo e o segundo pecador; Jesus termina a parábola dizendo que o pecador foi para a sua casa justificado (Lucas 18,9-14). Do mesmo modo lembramos da atitude de Jesus em relação a Samaritana (João 4). Não podemos também esquecer de Lucas 15, com suas 3 parábolas sobre a misericórdia divina: a ovelha perdida (4-7), a dracma perdida (8-10) e o filho pródigo (11-32).

 

Essa frase, escutada muitas vezes nos sermões de padres e pastores, pode ser julgada como desvirtuada. De fato há quem diz que se trata de colocar panos quentes sobre os pecados das pessoas. Pessoalmente creio que a frase tenha o seu valor. É absolutamente verdade que Deus se entristece com quem comete pecado. Acredito que a frase não encubra isso. A questão é que ela quer sublinhar quão grande é a misericórdia divina. De fato Deus, como em Lucas 15, é um pai que espera a volta do seu filho, que saiu de casa, de braços abertos, sempre.