Nós Católicos, acreditamos na competência do Magistério da Nossa Santa Igreja Católica, que tem a competência dos teólogos e exegetas além, da assistência do Espírito Santo há mais de 21 séculos. Na Verbum Domini número 29, o Papa Bento XVI diz que para uma pessoa entender a Bíblia deve-se ser Igreja, porque ela é o lugar da hermenêutica bíblica.

Não se pode esquecer o contexto em que a Sagrada Escritura foi escrito. Santo Agostinho já dizia que não apenas a letra do Antigo Testamento mata como também, a letra do evangelho mata se ela não for interpretada dentro do viés da Igreja Católica; isto não está em dissonância com a própria Bíblia uma vez que na Segunda Carta de Pedro a seguinte frase: “nenhuma profecia da escritura é de interpretação particular”. Veja, isto está claríssimo e vai de frente à doutrina criada por Calvino da livre exame das escrituras.

É apenas sendo Igreja que estaremos tendo acesso à verdade bíblica. Um dos grandes diferenciais da Igreja Católica é a unidade. É preciso ter comunhão com o corpo Eclesial da Igreja para que evitemos interpretações equivocadas que conduzem inocentes a escuridão. Este Corpo Eclesial é composto por pessoas capacitadíssimas, estudiosos tenazes da Sagrada Escritura que já vários séculos contam com a graça da inspiração divina.

Alguns exemplos de erros de interpretação são claros como, por exemplo, a questão de Pedro ser a Pedra fundamental da Igreja: Na verdade, todo este discurso é falso. Como sabem os conhecedores de grego (mesmo os não católicos), as palavras petros e petra eram sinônimas no grego do primeiro século. Elas significaram “pequena pedra” e “grande rocha” em uma velha poesia grega, séculos antes da vinda de Cristo, mas esta distinção já havia desaparecido no tempo em que o Evangelho de São Mateus foi traduzido para o grego. A diferença de significados existe, apenas, no grego ático, mas o NT foi escrito em grego Koiné – um dialeto totalmente diferente. E, no grego koiné, tanto petros quanto petra significam “rocha”. Se Jesus quisesse chamar Simão de “pedrinha”, usaria o termo lithos.

Uma outra questão é o absurdo as Sola Scriptura, que é um sofisma claríssimo, que ainda assim, é defendido por pessoas que não possuem senso crítico, nem tampouco conhecimento da História da Igreja. São Paulo diz claramente que a Igreja deve se manter firme seguindo as tradições cristãs, seja aquela oral ou aquela escrita. A própria Bíblia nasceu da Tradição Oral. As primeiras décadas do cristianismo se basearam exclusivamente na Tradição Oral para transmitir os ensinamentos de Cristo. Isso mostra que a legitimidade e autoridade da Tradição Oral, que sempre existiu dentro da Igreja, não desapareceram quando a Bíblia tomou forma.

Uma questão importante que os desavisados esquecem é a variedade de gêneros literários que foram escritos a Bíblia. São cinco no geral a seguir: Narrativo: histórico e didático, Legislativo, Sapiencial, Profético e Cânticos; sem contar as subdivisões como: narrativo-didático: mito, saga, legenda, conto, fábula, alegoria, parábola; narrativo-didático: popular, epopéia e historiográfico.

Não é tão simples assim! Sem estudo tenaz e a ajuda do Espírito Santo, não temos a menor condição de captar a real mensagem. A interpretação literal é extremamente perigosa, pois, na maioria das vezes, está muito distante da realidade da mensagem.

Paz e Bem!

JNSR