Olá Marcos Silva de Palestina!

De fato lendo a narrativa do texto, vem a pergunta o que fizeram com a cabeça de João Batista depois que a Salomé a entregou em uma bandeja de prata ao Rei Herodes, que se encontrava na Fortaleza e prisão de Maqueronte, atual Jordânia.

 

Existe duas grupos que interpretam o destino da cabeça de João Batista.

 

Primeira interpretação. Menos consistente.

Segundo este grupo a interpretação assim se apresenta. A prisão e morte junto com a aprisionamento de João Batista ocorreu na Província da Pereia (atual Jordânia) durante o reinado do Rei Herodes Antipas no sexto mês do ano de 26 d.C. Assim João Batista o precursor foi levado preso para a Fortaleza de Macaeros (Maqueronte), permanecendo ali por um período de 10 meses até o dia de sua morte. Motivo do aprisionamento, incitação de motim e revolução. Herodiades, (por motivos de acusação de João Batista) manda sua filha coagir ao Rei, na morte de João, e sua cabeça foi entregue durante um festim palaciano em uma bandeja de prata e segundo este grupo interpretativo, depois a cabeça de João foi queimada em uma fogueira da festa realizadas no Palácio. Os discípulos de João trataram do sepultamento do corpo de João e foram até Jesus para comunicar sua morte (conf. Mc 6,17-29)

 

Segunda interpretação. Escola de Arqueologia Franciscana de Jerusalém. Mais convincente.

Escola de Arqueologia Franciscana de Jerusalém, com larga experiência em arqueologia e sempre baseada na tradição depois de escavações na igreja cruzada de São João Batista de Sebaste (Samaria) considera a Samaria o lugar onde foi enterrada a cabeça de João Batista, junto com seu corpo trazido pelos discípulos de João que moravam nesta região da pregação de João Batista.

 

Localização da Samaria em Israel

A Samaria é a região central do Estado de Israel. Nos tempos Bíblicos dos Reis se chamava “Montes de Efraim”. Esta região de terreno fértil, favorável a agricultura, ao cultivo do trigo e oliveiras, se estende da planície de Esdrelóm ao norte até as montanhas da Judéia.

Hoje esta  região é conhecida como “Samaria-Sabastiya” (nome vindo ainda do tempo do mandato inglês na região) devido à sua história.

 

Lembrando os períodos históricos da Samaria

Na parte central da Samaria sobre uma colina de 550 metros, junto aos montes Ebal e Garezim, o rei Omrí (880 a.C.) construiu a capital do reino do Norte, e deu o nome de “Samaria”. Durante o período Macabeu, (108 a.C.), João Hircano conquista a cidade de Samaria e a destrói. A presença Romana na região com general Pompeu, 63 a.C., acontece a anexação da cidade à província romana da Síria. Sob o governo de Herodes o Grande, 37 a.C., a reconstrói e a dedica ao imperador Augusto (Sebastos, em grego) dando a ela o nome de “Sabastiya”, assim como dedicou ao nome de imperadores outras cidades como Tiberíades, Cesárea etc. Os judeu-cristãos, deste período passam a venerar nessa cidade as tumbas de São João, local em que foi sepultado o corpo de João Batista e dos profetas Eliseu e Abdias. Seguindo esta tradição, os bizantinos e os cruzados levantaram basílicas em honra a São João Batista. No entanto a catedral erguida pelos cruzados foi transformada em mesquita no ano de 1187 permanecendo até hoje.

 

Confirmação do Local do sepultamento de João Batista

Neste local foram realizadas várias campanhas de escavações, muitas delas foram feitas pela Escola de Arqueologia Franciscana de Jerusalém. Resultando entre outras descobertas a Igreja de São João Batista do século V, que ali se faz memória do lugar onde se enterrou a cabeça de João Batista e seu corpo, trazido pelos discípulos da Fortaleza de Maqueronte.