Segue a pegunta do nosso leitor, tal como nos chegou:

Fiquei absolutamente estarrecido com a sua resposta em relação à tradução da Bíblia PIBR de 1967, especialmente por você já ter estudado lá (por 6 anos, conforme sua informação). Minha pergunta é simples: houve algum ressentimento desse seu período lá? Se não, por que esse julgamento tendencioso?
 

 

Sinto muito pelo seu estarrecimento em relação à resposta postada aqui no site sobre a tradução da Bíblia feita pelo Pontifício Instituto Bíblico (leia aqui). Reafirmo quanto dito naquele artigo, onde, na verdade, apreço o valor do Instituto Bíblico em empreender uma tradução dos originais da Bíblia para uma língua moderna, como o italiano, trabalho que durou quase meio século, tendo sido completado na década de 60 do século passado. A versão brasileira desse trabalho, publicada em 1967 pelas Paulinas, foi um esforço de estudantes brasileiros do Bíblico que traduziram do italiano para o português o mesmo trabalho feito no Bíblico.

A crítica incita naquele artigo é que estamos diante de um trabalho antigo mais de meio século, um período marcado por um progresso impressionante nas ciências bíblicas. Fazendo uma comparação: uma coisa é falar de transplantes nos anos 60 e transplantes nos dias de hoje.

Comparando o trabalho do PIB com o trabalho dos dominicanos de Jerusalém (École Biblique), não entrei no mérito do texto, mas somente afirmei que os dominicanos mantêm vivo o projeto até hoje, fazendo constante revisões daquilo que conhecemos como “Bíblia de Jerusalém”. O trabalho dos Jesuítas, que têm em gestão o Pontifício Instituto Bíblico de Roma, foi pontual e não houveram edições. Essa é a diferença essencial entre as duas propostas. Mas ambas têm seu próprio valor, contextualizadas no seu próprio tempo.

A minha estima pelo Bíblico, como nós o conhecemos, certamente é muito alta. É um ambiente acadêmico sério ao qual devo grande parte da minha formação bíblica, que tenho a graça de frequentar ainda hoje.