Jesus é apresentado como sinal de contradição na profecia de Simeão, “homem justo e piedoso”, que foi conduzido ao Templo no momento da apresentação de Jesus, conforme nos conta Lucas 2. A profecia de Simeão, nos versículos 34-35 diz:

“Eis que este menino foi posto para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição e a ti, uma espada traspassará tua alma, para que se revelem os pensamentos íntimos de muitos corações”.

As palavras desse homem, movido pela índole profética, têm uma mensagem muito clara. Aquela criança entrará na humanidade como um tipo de espada, como diz o próprio Cristo em Lucas 12,51, que divide claramente o fluxo dos eventos, que cria oposição e até a rejeição completa. Jesus, como disse um escritor, “é o maior reviravolta, o supremo paradoxo, aquele que de maneira radicar vira tudo de cabeça pra baixo e sem medo” (Giovanni Papini).

Em palavras mais acessíveis, a humanidade não pode evitar de confrontar-se com a proposta de Jesus. Tem que escolher amá-lo ou detestá-lo. Todos, depois do evento da sua encarnação, serão colocados diante da questão que ele põe aos seus discípulos: “mas vocês, quem dizem que eu sou” (Mateus 16,15).

Há ainda outros motivos para dizer que ele é sinal de contradição.

Jesus veio trazer a vitória, mas morreu na cruz. A sua salvação passa pela cruz e não através da potência clássica; a sua grandeza está na pequenez do serviço.

A sua palavra é como uma espada (Hebreus 4,12). O que ele diz provoca uma decisão e isso divide. Não se pode escutar a Palavra e permanecer o mesmo. Diante daquilo que diz, precisamos tomar uma posição, de um lado ou do outro. Até mesmo as ligações familiares, que são naturalmente fortes, vacilarão diante da força da divisão que implica a relação com Cristo. A Verdade não pode ser negociável.

É nesse sentido que diz que não veio ao mundo trazer paz, mas divisão, pois a sua pregação denuncia o pecado, tirando a paz de todos aqueles que pretendem viver conforme a própria lei, ignorando aquela divina.

Nesses elementos, e ainda em outros, podemos ver quanto são verdadeiros as palavras proféticas do velho Simeão.