Na tradição clássica da igreja existem duas situações, que nem sembre são bem claras. Explicando essas duas realidades, pretendo ajudar você a entender a diferença entre castidade e celibato.

De maneira breve, em âmbito católico, digo que celibato tem a ver com o padre e castidade tem a ver com os religiosos e religiosas.

 

Celibato

Essa situação pode ser resumida na típica frase: "o padre não pode casar!" Essa é uma questão disciplinar, que entrou na tradição da igreja há muito tempo, mas é sempre uma questão disciplinar, que não faz parte em si da natureza do sacerdócio e, por isso, eventualmente, pode ser mudada. Essa situação afeta todos os padres diocesanos, ou seja, aqueles padres que trabalham nas paróquias e são diretamente ligados aos bispos, estão ligados a uma diocese. Eles precisam permanacer "célibes", isto é, não podem casar, pois o sacerdócio não é conciliável com o casamento, na igreja católica.

 

Castidade

Na igreja católica existem os padres diocesanos, que são ligados ao bispo, à Diocese e, em nível disciplinar, não podem se casar. Outra categoria são os religiosos e religiosas, que decidiram seguir um ideal, um exemplo, inserindo-se dentro de uma congregação religiosa ou de uma ordem. Eles podem ser religiosas ou religiosas de vida ativa ou também de vida contemplativa, os monges, por exemplo. Temos assim os franciscanos, as clarissas, as salesianas, os domenicanos, etc. Eles não estão ligados ao bispo, mas pertencem às respectivas ordens religiosas ou congregações e por isso podem trabalhar em vários locais do mundo, enquanto que os padres diocesanos normalmente trabalham dentro do próprio território.

Os religiosos fazem votos de viverem uma vida em castidade, em pobreza e obedientes. Esses são os três votos clássicos dos religiosos e religiosas. Eles escolhem viver assim. Uma das consequências do voto de castidade é a impossibilidade de ter marido ou esposa. É claro que a castidade não se limita a não ter relações sexuais, mas inclue também isso.

Entre os religiosos homens, muitos são também padres e, nesse caso, são empenhados também com o celibato.

Portanto, em síntese, a castidade não é uma disciplina (padre diocesano), mas uma escolha libre que os religiosos fazem, um voto. É um modo de viver que o religioso ou religiosa (freis e freiras) decidiram abraçar como um voto para toda a vida.

A diferença entre celibato e castidade fica mais clara se considerarmos a eventualidade de um dia a igreja católica permitir o casamento do sacerdote. Se isso vir a acontecer, o padre diocesano poderá se casar, mas o religioso, homem ou mulher, não poderá, pois foi uma escolha e não uma simples disciplina.