A voz do profeta se levanta frequentemente, no Antigo Testamento, contra a idolatria, por que sabiam que só seguindo ao Deus dos hebreus teriam a salvação. É o Senhor que traz salvação e não deuses pagãos, como Baal ou outros deuses dos povos que não haviam conhecido a YHWH, o Senhor. O Deus dos hebreus é o Deus verdadeiro e os outros deuses são falsos. Temos certeza que entendemos o que significa idolatria, hoje em dia?

Muitos costumam partir do próprio parâmetro para julgar o comportamento religioso do outro. Por que o meu Deus é o verdadeiro e aquele do outro é falso? De fato, o parâmetro para julgar como idolatria é a falsidade do Deus. Se um evangélico crê em Jesus, posso dizer que é um Deus falso, que está na idolatria? Se um católico crê em Jesus Cristo, está na idolatria, seguindo um Deus falso? Não creio que o viver em uma outra igreja caracterize a idolatria como era entendida na Bíblia, onde a idolatria era caracterizada pelo abandono de Deus.

É importante meditar e verificar por que o "meu" Deus é o verdadeiro, por que quero que "ele" seja o verdadeiro. Quando os hebreus ficaram aos pés do Sinai, enquanto Moisés recebia de Deus a Torá, construiram para si um deus, pois não entendiam aquele de Moisés. Será que não estamos também nós contruindo e tomando posse de Deus? Isso sim seria idolatria.

Repito que o fato de ser católico ou evangélico, não é sintoma de idolatria. De qualquer forma, a divisão em diferentes comunidades representa, sem sombra de dúvidas, uma situação errada, que precisa ser reparada, como uma ferida que precisa ser curada. E enquanto houver divisão, podemos ter certeza que ainda não chegamos ao Deus verdadeiro e estamos querento tomar para nós um Deus que é de todos.