Lemos assim em Tiago 4,7:

Sujeitai-vos, pois a Deus; resisti ao diabo e ele fugirá de vós.

Aquilo que Tiago recomenda aos cristãos, quando fala sobre as discórdias dentro da comunidade, é a entrega da própria vida à vontade de Deus. A consequência disso será o combate à vontade do inimigo, o mal, que como insiste Paulo, é sempre insidioso, tentando a nossa vida, afastando-nos de Deus.

Seria interessante não ver da perspectiva do “diabo”, coisa que chama a nossa atenção, mas insistir no fato que Tito está falando da necessidade de conversão, de voltar ao Senhor. Se existem divisões e guerras dentro da comunidade, significa a prevalência do pecado, de uma vida próxima do mal e longe do Senhor. Ao invés de insistir no diabo, sublinhamos que “há só um legislador e juiz, a saber, aquele que pode salvar ou destruir”, que é Cristo.

Estamos diante de um tema sapiencial, que observa a fragilidade humana e, de consequência, obriga o ser humano a por a confiança em Deus, submetendo-se a ele.

O que sugiro, é que você mude a pergunta e reflita: como submeter-se a Deus, no quotidiano? A resposta é muito óbvia: basta fazer a sua vontade, seguir seus passos. Ao fazer isso, você estará “fugindo” do Inimigo, do Diabo.

 

Diabo e Satanás

Em grego é διαβόλῳ (diabolō), palavra formada dos vocábulos “dia” (através de) + “ballo”, verbo que significa “jogar”, “colocar”. A composição dessa preposição e desse verbo pode ter o significado literal de “aquele que joga dentro”, e a tradução seria “acusador” e também “caluniador”, no sentido que acusa de maneira falsa.

Os gregos usaram esse termo para traduzir a palavra hebraica Satan, que também significa “inimigo”, “adversário”, “aquele que se opõe”, “acusador em juízo”.

A literatura intertestamentária e também os padres da Igreja reforçaram esse termo como um nome próprio que designa o grande adversário de Deus.