É uma expressão hebraica, cujo significado é "filhos da luz".

Esse conceito não é explicitamente bíblico, embora, se tomamos, por exemplo, o prólogo do Evangelho de João, é evidente a comparação de Jesus com a luz (Jo 1,4-5):

Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la.

 

Filhos da luz contra os filhos das trevas

No bíblia, como dito, não aparece literalmente essa expressão hebraica. Ela deriva da literatura extra-bíblica, especialmente da literatura de Qumran.

Nos textos encontrados às margens do Mar Morto existe um livro famoso chamado "Regra de Guerra" (conhecido também como Regulamento de Guerra, Rolo de Guerra ou Pergaminho de Guerra), que é um documento muito importante para entender o grupo que vivia em Qumran, a seita hebraica dos essênios. Esse grupo de hebreus se afastou de Jerusalém, provavelmente por questões ligadas às práticas sacerdotais no Templo. Os essêncios se consideravam os eleitos de Israel, os Filhos da Luz, que no fim dos tempos fariam uma batalha catastrófica contra os inimigos de Israel, os filhos das trevas. Não se sabe bem que são esses filhos das trevas. Talvez eram os sacerdotes de Jerusalém, considerados inadequados e traidores do ideal mosaico. Alguns históricos, ao invés, pensam que esses inimgos dos essêncios fossem os romanos, que invadiram a Palestina em 63 antes de Cristo e, um século depois, por volta do ano 70 depois de Cristo, destruirão a comunidade de Qumran.

A Regra da Guerra, onde se fala muito de "filhos da luz" é um manual de organização e estratégia militar, contando uma guerra que será feita com soldados da terra e do céu, uma guerra santa. Os eleitos de Israel serão ajudados por batalhões celestes, enquanto que os infiéis, filhos das trevas, contarão com a ajuda de outras nações. A vitória das forças da luz era o sinal da destruição do mal, depois da qual Deus de Isarael governaria eternamente, de maneira justa.