Não tem isso na Bíblia. É provável que um pensamento que promove essa hipótese esteje intimamente ligado à uma heresia que existiu no passado, promovida por Nestório que definia Cristo como duas naturezas separadas e não conjunta como se afirma na ortodoxia da fé. Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus, assumindo, sem reservas, as duas realidades.

A vinda do Filho de Deus na terra foi sem reservas e a morte foi a consequência da incompreensão humana, dominada pelo pecado. Deus, em Jesus, foi totalmente humano e sofreu como um ser humano. É por isso que falamos de "paixão", quando nos referimos aos acontecimentos que recordamos durante a semana santa, especialmente na sexta-feira antes da Pásqua. Jesus sofreu verdadeiramente e não fingiu o sofrimento.

Há um evento na Quinta-Feria Santa, recordado por Lucas 22,42:

"Pai, se queres, afasta d emim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!"

Essa oração de Cristo revela o seu sofrimento e a angústia, a tal ponto que um anjo do céu veio para confortá-lo.

O Evangelho de João também reflete sobre essa angústica de Jesus (12,27):

Minha alma está agora conturbada
Que direi?
Pai, salva-me desta hora?
Mas foi precisamente para esta hora que eu vim.