A relação sexual é um dos elementos do casamento, mas não é, em si, o casamento: "o casamento se realiza mediante uma promessa entre um homem e uma mulher, prestada diante de Deus e da Igreja, aceite e selada por Deus e concluída pela união corporal do casal" (Código de Direito Canônico).

O matrimônio só é verdadeiro quando há consenso matrimonial, quando os dois decidem livremente viver juntos por toda a vida e exprimem esse desejo diante de testemunhas que sejam publicamente reconhecidas como tal. Não acontece automaticamente quando existe um ato sexual, que muitas vezes não é expressão livre e espontânea, mas fruto de vários fatores que não coincidem necessariamente com a natureza do casamento.

É lógico que não podemos tomar a Bíblia para justificar relações sexuais pré-matrimoniais. De fato, naquele tempo - como também há algumas décadas atrás - era inconcebível uma relação antes do matrimônio. Hoje há grupos que proíbem, de maneira férrea, a relação pré-matrimonial e outros que não a consideram importante. Não tenho autoridade pra julgar e creio que Deus mesmo vê o coração das pessoas e não tenho certeza se condena uma ação dessas feitas por pessoas que se amam. Certamente não é muito compreensível, do ponto de vista divino, a falta de vontade de se unir definitivamente, através de uma união perene, quando existe o amor entre duas pessoas. Os jovens de hoje, muitas vezes, têm medo de um compromisso definitivo; não têm certeza da própria capacidade de assumir uma promessa para toda a vida e acabam não se casando. A culpa desse situação não é só dos jovens, mas também da sociedade que não sabe dar a eles garantia de um acompanhamento eficaz para o bom êxito da união matrimonial.

No meu moralismo, o medo hodierno de assumir um casamento e a falta de incentivo das estruturas públicas para a constituição de famílias, quando não existe nenhum impedimento, não é muito cristão.