Olá Rosivaldo Lopes de Guruoi - TO!

Embora eu seja tradicional, na forma de pensar sobre o sepultamento dos mortos, porque foi parte do meu trabalho Pastoral, enterrar os mortos, praticamente ao longo de 30 anos diáriamente presidia cerimônias de sepultamento. Muitas vezes vários enterros em um dia. idosos, crianças ou jovens. Residindo em uma cidade do interior, não existia crematório, muito menos se falava nesta pratica. Assim posso ser suspeito em responder esta pergunta. Entretanto a partir do ensinamento Bíblico, deixo para você alguns apontamentos.

 

A Bíblia não fala em cremação?

 Na Bíblia não encontramos citações ou textos que falem em cremação dos mortos, e sim em sepultamento, a pratica da cremação não existia entre o povo de Deus. Se o mais importante é o que a Bíblia fala sendo o escrito Bíblico nossa regra de conduta e prática de relacionamento humano, então não aceitaríamos a praticar da cremação dos cadáveres.

 

 Cremação uma pratica comum nas grandes cidades!

 Bom número de Pastores e Padres não tem coragem de enfrentar esta questão da cremação por ser algo cada vez mais praticado em nossa sociedade, então para não parecerem inconvenientes, preferem se omitir ou silenciar quando vem a tona este tema e muitos passam aceitar a tal prática.

 

O sepultamento como obra de misericórdia.

 Desde o Antigo Testamento, encontramos a prática do sepultamento entre o povo de Deus. Sabemos que a cremação é de origem pagã, sendo prática comum nos países orientais e que não acreditam na ressurreição. Estas religiões acreditam na libertação da alma pelo fogo. Isto é totalmente contraditório a Bíblia. Conforme escreve o Apóstolo Paulo :

 "Não sabei vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós é santo" (1 Cor 3,16-17). Bíblia de Jerusalém

 A Bíblia fala de um rei que foi queimado, e que mesmo sendo este pagão, Deus se mostrou irado com tal prática (Amós 2,1). Por causa desta atitude de Moabe, quando o rei de Edon foi queimado até virar cinzas (cremação), Deus disse que traria um castigo. Deus nos mostra com isto que reprova e até abomina a cremação.

 

A cremação e a pratica da Igreja católica.

 Na sua etimologia cremar ou incinerar se traduz por reduzir às cinzas. Os católicos lembram anualmente no início da Quaresma que viemos do pó e ao pó voltaremos. As cinzas, como sinal visível do que no mundo passa, contribuem com a reflexão sobre a nossa transitoriedade e caducidade.

 

O que o Código de Direito Canônico de 1963 nos diz:

 Em 1963 foi levantada a proibição que se mantinha a respeito da cremação. Apenas permanceu uma ressalva na cerimônia da cremação: Se pede que a aceitação da cremação não seja por fins materialistas, nem utilitaristas e que por nenhum motivo seja omitida a celebração ritual do que comumente conhecemos como a encomendação do corpo ou liturgia das exéquias (CDC. can. 1176, 3).

 

O Catecismo da Igreja Católica diz:

 Não existe impedimento para a cremação dos mortos sempre e quando o corpo humano não seja nem manipulado, nem muito menos aproveitado por nenhum outro motivo diverso daquele da condução final das cinzas, de modo reverente e respeitoso, a um local apropriado. Não é recomendado, espalhar as cinzas no mar, no jardim ou serem depositadas num lugar da casa onde moram os familiares do defunto (CIC 2301). A Igreja mantém a sua firme voz quanto ao respeito e a dignidade da pessoa, mesmo após a morte corporal.

 

Concluindo:

 Se na Biblia não existe nada escrito com respeito à cremação, isto não significa que não devamos ter o respeito com os mortos. Devemos sim sepultar os mortos com dignidade, praticando uma das obras de misericórdia. O sepultamento de um filho de Deus deve ser digno e partilhemos uma boa palavra com aqueles que pela dor não conseguem muitas vezes entender a separação; tanto aos corpos que serão sepultados nos cemitérios como aqueles que serão cremados.