A tradução da Bíblia mais tradicional e popular do Brasil, a Almeida Revista e Atualizada (ARA), de João Ferreira de Almeida, será submetida a uma revisão de texto. É o que anunciou a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) em sua publicação impressa “A Bíblia no Brasil” deste mês.

Para analisar a necessidade de uma revisão da ARA, a SBB convidou, em 15 de outubro de 2012, líderes de igrejas cristãs brasileiras para um encontro. Com a presença de cerca de 30 representantes de 11 diferentes denominações cristãs, a maioria considerou oportuno o início de uma revisão da tradução, desde que de forma moderada, preservando o estilo de Almeida. 

A revisão permitirá correções exegéticas, atualização da língua portuguesa para o português brasileiro, eliminação de arcaísmo ou outras formas pouco encontradas na literatura.

Assim, para que isso aconteça, o próximo passo é formar uma equipe interdenominacional de trabalho, que passará a estudar o texto da ARA para propor modificações, no que virá a ser a 3ª edição da tradução. “Dependendo do alcance da revisão e do ritmo de trabalho, deve ser possível concluir a revisão num período de três a cinco anos”, prevê Vilson Scholz, consultor de tradução da SBB.

História da ARA
Neste ano, a tradução de ARA completa 57 anos de existência. Mas de forem contabilizados os anos desde quando forem iniciados os trabalhos de tradução, em 1943, já se passaram 70 anos. De acordo com as diretrizes das Sociedades Bíblicas Unidas, a recomendação é de que, a cada 25 anos, seja feita uma revisão do texto.
Em 1943, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e a Sociedade Bíblica Americana, que atuavam no Brasil naquela época, decidiram preparar e publicar uma revisão da tradução de Almeida. Essa revisão, que a partir de 1948, passou aos cuidados da Sociedade Bíblica do Brasil, viria a ser conhecida como Almeida Revista e Atualizada. A Bíblia toda só foi publicada em 1959. Uma segunda edição da Almeida Revista e Atualizada foi publicada no Brasil, em 1993. 

A edição de 1898, feita em Lisboa, viria a ser conhecida como Almeida Revista e Corrigida (ARC). Ao longo dos anos, essa edição vem sofrendo atualização gráfica e pequenos retoques no que diz respeito a termos arcaicos e palavras que mudaram de significado. Estima-se que o texto de Almeida tenha sido revisado oito vezes, antes da edição Revista e Atualizada. 

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Fonte: Revista "A Bíblia no Brasil", nº 238 (janeiro a março de 2013).
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