Pergunta inteligente e de difícil resposta. É claro que existe resposta, mas se quisermos fundamentos bíblicos, como pretende a maioria dos nossos leitores, podemos ficar insatisfeitos. De fato, os evangelhos, lugar onde eventualmente encontraríamos esses fundamentos, quase nada dizem sobre isso. Podemos encontrar apenas algumas conclusões nas entrelinhas de algumas passagens. Por exemplo, a sua hipótese de mulheres ricas que ajudassem a Cristo pode encontrar algum fundamento no Evangelho de João, quando se sublinha a relação de Cristo com as mulheres, como a Samaritana ou Marta e Maria. Além de ser um modelo para o discipulado femino cristão, a relação de Jesus com Marta pode deixar transparecer o apoio por parte de mulheres à missão do Filho de Deus, muito evidente na amizade que ele tinha com a família de Betânia.

Não temos nenhuma informação concreta de como Jesus lidava com a economia. Sabemos que Judas era aquele que administrava, usando termos modernos, a economia do grupo, mas nada além disso.

Em relação aos locais onde ele dormia, sabemos que se mudou para a casa de Pedro, em Cafarnaum. Também se sabe que existiam lugares para as pessoas se hospedarem, embora não fossem nada parecidos com os hoteis de hoje. Mas também nesse caso é inútil buscar textos bíblicos que digam que os apóstolos com Jesus ficavam nesses lugares.

Nesse contexto, é importante sublinhar a profissão de Jesus. De fato, ele, como filho de carpinteiro, deve ter aprendido aquilo que seu pai fazia. Talvez vivia graças aos trabalhos que fazia. Mas também aqui estamos no campo da suposição.

Outro elemento importante é a necessidade que existe de interpretar a vida de Cristo com olhos diferentes dos nossos. A vida então era muito mais modesta e as necessidades muito diferentes das atuais. As pessoas viviam do mínimo necessário, de maneira modesta. Em tal contexto, a solidariedade é muito mais frequente.

Diante dessas considerações, eu acredito que uma chave de leitura para entender a vida econômica do círculo de Cristo seja a solidariedade, a ajuda recíproca e também o saber acontentar-se com pouco.