Uma certa corrente religiosa, presente também em alguns momentos da história bíblica, considera o sucesso e o bem estar como fruto do afinco religioso: se vou na comunidade e sigo os mandamentos terei uma vida próspera, sem doenças. Essa corrente pensa que Deus seja o responsável pelas desgraças e por causa dEle, dependendo da nossa relação com Deus, as coisas materiais são boas ou ruins. Essa é uma visão completamente errada do ponto de vista teológico. Como já sublinhamos, Deus é o sumo bem. Não podemos imaginar uma natureza completamente boa ser responsável por atos maus; seria ilógico. Portanto, nenhum mal vem de Deus. O mal existe e é fruto da escolha humana e não de uma deliberação divina.

Se você se depara com o mal, com situações de desgraça, de pobreza, de dificuldades de relação nunca culpe a Deus. É o mal para o qual tendemos que nos impele a fazer o que não queremos (veja Romanos 7,19). Essa tendência implícita na natureza humana foi dado o nome de pecado original. Somos livres dele, em Cristo, e com ele podemos fazer o bem que queremos.

O cristão fiel, praticante pode se encontrar, como todo ser humano, em meio ao mal, pois não vivemos isolados, mas em comunidade. As escolhas de outros têm influência sobre a vida de cada um de nós. Se existe uma crise no país, não é necessariamente culpa minha, mas sofro igualmente as consequências.

Diante do mal, o cristão é privilegiado. A nossa convicção religiosa abre nossa consciência e quanto mais fé tenho, mais capaz serei de superar as dificuldades, de enfrentá-las e vivê-las com a certeza que o Sumo-Bem triunfa.