Um dos elementos importantes da primeira comunidade narrado por Lucas em Atos 2,42-47 é o fato que viviam uma vida ordinária, em meio da sociedade. Tinham as tarefas das pessas normais e a elas davam uma cor caracterizada pelo ensinamento de Cristo. Mesmo Cristo foi uma pessoa muito política, lidando com as questões inerentes à situação da Palestina ocupada pelo império romano.

Da mesma maneira, nós hoje somos chamados a participar da vida social da realidade em que vivemos. Graças a Deus podemos fazer isso de maneira democrática, ao menos nos países de língua portuguesa. Cada momento do voto deve ser um desafio para nós, pois deveríamos confrontar as propostas dos candidatos com o ensinamento de Cristo.

Hoje em dia não existe muita diferença entre "esquerda" e "direita". O socialismo, que exclui a religião, nos nossos países, se subsiste, se tornou uma mera bandeira, pois seus membros acolhem sem problemas cristãos comprometidos. Por isso, a minha resposta é que não importa tanto o partido. O único parâmetro para uma escolha é ver se o que diz o partido contradiz o modo de ser cristão. É óbvio que, como cristão, por exemplo, não posso votar em um partido que, a priori, exclui a acolhida dos refugiados, que não respeita o sofrimento do outro. Vejo tal atitude, principalmente na Europa, muito mais na "direita" do que na "esquerda".