É interessante notar quanta curiosidade existe sobre Natanael, amigo do apóstolo Filipe e famoso por causa do diálogo com Jesus, como contado em João 1. Ele é aquele que se pergunta: "de Nazaré pode sair algo de bom?"

O diálogo entre Jesus e Natanael é assim:

Jesus  viu Natanael vindo até ele e disse a seu respeito:
- "Eis verdadeiramente um israelita em quem não há fraude"
Natanael lhe disse:
- "De onde me conheces?"
Respondeu-lhe Jesus:
- "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira".
Então Natanael exclamou:
- "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel".

O mais importante desse personagem é que se trata de alguém que reconhece a divindade de Deus. E o faz alguém que estuda a "lei e os profetas". Isso fica evidente a partir de João 1,45, quando Filipe diz a Natanael: "Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré". Primeiro ele é incrédulo, mas no final faz essa importante profissão de fé. Era alguém que buscava "aquele que de quem fala a Lei e os profetas". E encontrou!

 

O detalhe da figueira

Tendo já sublinhado que o importante pra João é a profissão de fé de Natael, digo uma palavrinha sobre a figueira, que atrai tanta curiosidade. 

Há várias interpretações que podemos aplicar a essa árvore. Não é a figueria brasileira, aquela que invade as outras árvores, como a existente na Praça XV em Florianópolis; trata-se da árvore que produz o figo, que, na verdade é uma árvore pequena, que não passa de 4 ou 5 metros.

Um primeiro elemento importante vem da tradição dos judeus. É costume dizer que os rabinos, os mestres dos judeus estudavam a Lei embaixo da figueira. Talvez Natanael era um desses mestres.

Outro sentido que pode ter essa árvore é semplismente a imagem messiânica. De fato, na Bíblia, "estar sentado embaixo da árvore do figo" é simplesmente um sinal de paz messiânica e bem estar, quase um sinônimo para "sombra e água fresca".