Êxodo 16 conta uma das murmurações do povo contra Moisés e Aarão:

Antes fôssemos mortos pela mão de Iahweh na terra do Egito, quando estávamos sentados junto à panela de carne e comíamos pão com fartura.

Além dele, nos vem em mente Números 11, quando os israelitas diziam:

Quem nos dará carne para comer? Lembramo-nos do peixe que comíamos por nada no Egito, dos pepinos, dos melões, das verduras, das cebolas e dos alhos.

O protesto que se conta em Êxodo 16 fez com que o Senhor mandasse o Maná, comida quotidiana dos hebreus. Mas em Números 11, o povo já estava cansado de comer sempre o maná e se lamenta, tem saudades da comida que tinha no Egito, mesmo sendo escravo.

Portanto, quem se lamenta são os próprios hebreus, os seguidores de Deus que saíram do Egito.

Desse contexto, ficou célebre a frase "chorar as cebolas do Egito".

 

Uma interpretação

Deus oferece ao povo a libertação. Ela tem o seu preço e nem sempre o povo está disposto a suportá-lo. O deserto é necessário para que o povo conheça Deus, faça uma esperiência profunda da fé em Deus e cresça como povo. Esse processo é lento e exige esforço e nem sempre é fácil de se manter fiel. A tendência é protestar, ter saudade do tempo da escravidão, pois o esforço não dá resultados imediatos. A caminhada de 40 anos é muito lenta, mas fundamental para a vida do povo hebreu e também para a nossa.