O texto que você cita faz parte da passagem que começa em Efésios 2,11-22. Precisamos ler tudo para entender bem. Nessa ocasião Paulo sublinha que se antes de Cristo existiam os pagãos e os judeus, os primeiros longe de Deus e os segundos escolhido por Ele, em Cristo somos todos "concidadãos dos santos e membros da família de Deus" (versículo 19).

Dentro desse contexto, os versículos 14-15 falam da "Lei dos Mandamentos". Assim diz o texto, conforme a Bíblia de Jerusalém, bem traduzido:

Ele é nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação e suprimido em sua carne a inimizade - a Lei dos mandamentos expressa em preceitos -, a fim de criar em si mesmo um s[o Homem Novo, estabelecendo a paz.

Portanto, Paulo aqui não está falando em abolir a Lei, entendida como a Torah, a Palavra de Deus, os "ensinamentos". Está sublinhando que graças a Cristo não existe mais a divisão entre gentios e judeos, que era palese, por exemplo, no Templo de Jerusalém, onde os gentios (aqueles que não eram circuncisos) não podiam entrar nas partes especificamente religiosas.

Paulo, portanto, está falando da abolição de leis pseudo divinas, que invés de levara à salvação conduziam à inimizade.

A Lei entendida como "ensinamento" (Torah) está à base da vida cristã e o próprio Jesus veio para cumpri-la. Obviamente essa "Lei" não deve ser entendida como legalismo, como bem ensina Cristo nos evangelhos.