Uma história muito bonida, contada por João 5,1-18. Contudo digo logo que a sua pergunta não pode ser respondida, pois não sabemos que idade essa pessoa doente tinha quando "foi deixada" à beira da piscina de Betesda. João diz simplesmente que o homem estava doente há 38 anos.

João conta que havia uma piscina em Jerusalém chamada Betesda onde existia uma tradição segundo a qual "um anjo do Senhor se lavava, de vez em quanto, na piscina e agitava a água; o primeiro, então que aí entrasse, depois que a água fora gitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença". 

Essa tradição está ligada ao profeta Ezequiel, que fala da água que sai do Templo, uma "água benta, água de Deus, abundante como a graça de Deus: abundante sempre". Essa água cura (Ezequiel 47,1-12).

João conta que em Jerusalém, na piscina de Betesda havia um homem, como dito, doente há 38 anos que estava ali esperando o momento em que a água era agitada. Jesus perguntou a ele: "quer ficar curado?" O doente lhe respondeu que ninguém lhe ajudava a mergulhar na piscina no momento oportuno. Por falta de ajuda, outro pulava antes e ele perdia a chance. Jesus então diz para ele: "levanta, toma a tua maca e caminha". O homem ficou curado e depois dirá aos doutores da lei que foi Jesus a curá-lo, no dia de sábado.

 

Alguns elementos para a reflexão

Jesus encontra um homem derrotado: há muitos anos doente, tinha perdido a esperança e também tinha um pouco de rancor, pois perdia sempre a oportunidade de ser curado, sendo superado por outros doentes. Talvez, depois de 38 anos já nem tinha mais vontade de ficar curado. É provável que era uma alma triste, derrotada. Jesus, porém, tem misericórdia.

Outros personagens importantes nessa história são os doutores da lei, que invés de se alegrarem com a cura do homem doente começam a interrogá-lo: "como é que está carregando a sua maca, visto que é sábado?", "quem lhe curou num dia de sábado?" Muitas autoridades invés de admirar-se com as maravilhas de Deus, se preocupam com o legalismo.

Mais tarde Jesus encontra o homem curado e lhe diz: não pecar mais! Continua caminhando para frente. O importante não é somente a cura, mas a perceverança no seguimento de Cristo.