Jonas é um exemplo das pessoas que se colocam a serviço de Deus: por um lado dá sinais de "covardia": pensa em escapar, tem medo da missão confiada, não se acha capaz de levar adiante o projeto de Deus. Todavia, no final das contas, leva adiante a sua missão, segue a vontade de Deus, e alcança um grande resultado, convertendo o povo de Nínive. O profeta chega até a queixar-se com Deus pelo sucesso inesperado de sua pregação. O texto, de forma irônica, mostra que no meio de gente estrangeira, o profeta é o único a não entender a ação de Deus.

O livro do profeta Jonas é uma bonita narração, didática, uma ficção que testemunha o ápice da mensagem do Antigo Testamento: as ameaças divininas, na verdade são expressões da vontade misericordiosa de Deus, que espera apenas a manifestação do arrependimento para conceder o próprio perdão. Além disso é notável o universalismo presente no livro, que contrasta de forma impressionante com o particularismo que caracterizou a comunidade de Israel depois da volta da Babilônia. A misericórdia de Deus se estende até mesmo ao inimigo mais odiado de Israel, a cidade de Nínive: Deus não é só dos judeus, mas também dos pagãos, é a mensagem de Jonas, que abre as portas para a mensagem de Cristo no Novo Testamento.