Conforme Gênesis 5,27, Matusalém viveu 969 anos. Por isso é considerado o homem mais velho da história. Ele foi filho de Henoch e avô de Noé.

Na verdade, como já explicamos aqui no site, não é verdade que Matusalém tenha vivido assim tantos anos. É um recurso literário usado pelo escritor do texto bíblico para transmitir sua mensagem. Primeiro de tudo, é influenciado pelo costume do Oriente Próximo de falar dos antigos como pessoas que viveram muito tempo (há um rei sumério que teria vivido 241.200 anos).

Outra razão para usar números assim grandes é teológica. Todos os personagens, segundo a Bíblia, que viveram antes do dilúvio, tiveram idades avançadas. Simbolicamente, eles estavam próximos à criação, longe do pecado. Com Noé o pecado predominou e a idade dos personagens não eram mais extraordinárias.

A longevidade é dom de Deus (Salmos 21,5), que é concedida àqueles que vivem segundo a vontade divinda (Jó 36,11; Provérbios 3,2; 16,31). As promessas divinas ligam o número de anos de vivência com a observância dos mandamentos. Onde Deus encontra a obediência humana a tais promessas, como em Moisés e em Caleb, garante ao homem, apesar dos anos avançados, a conservação das energias físicas (Deuteronômio 34,7; Josué 14,10; Salmos 92,15), enquanto que o juízo de Deus pune a pessoa antes que esta chega à velhice (1Samuel 2,31.32). É por isso que mais tarde, na literatura sapiencial, o fato que os ímpios vivem mais do que os fiéis se torna um motivo de escândalo (Jó 21,7.13).