Olá Thais do Rio de Janeiro / RJ !

A pergunta assim como se apresenta, deixa muita margem para se falar. Fico na dúvida por onde começar. Mas olhando as perguntas dirigidas ao site, varias foram já respondidas evocando este assunto. Aproveito e deixo algumas considerações como o apóstolo Paulo nos deixa por escrito como orientações em particular na carta aos Coríntios. Em resumo o que Paulo quer nos dizer, é sua compreensão da pratica do mandamento do amor deixado por Jesus Cristo, e tão bem apresentado nos evangelhos.

Como entender o amor que o apóstolo Paulo fala:

A palavra amor é uma das palavras mais pronunciadas por todos nós. Declaramos nosso amor por tudo e por todos. Será que amamos de fato na mesma intensidade em que mencionamos essa palavra? Neste tempo em que o ser humano é tão carente de afeto, entristece a todos a constatação de que se fala muito em amor, mas não sabemos amar. O amor continua sendo uma questão de busca pessoal. Por causa da sociedade materialista, do egoísmo das pessoas e da busca desenfreada do prazer, amar continua sendo um desafio para a sociedade. O final do capítulo 12, fala dos carismas concedidos à comunidade cristã e Paulo prepara os leitores para a compreensão do dom mais precioso, que é o amor: “Procurem com zelo os dons maiores. Eu vou mostrar-lhes um caminho sobremodo excelente”. (1Cor 12, 31). Tal construção literária nos leva a concluir que o amor é o primeiro dom de Deus e a soma de todos os carismas. Como primícia dos dons maiores, os que mais edificam as pessoas e as comunidades, situa-se o amor. Há dons edificantes (que aproximam o homem de Deus) e dons de serviço (que realizam no mundo o projeto de Deus). O amor torna-se a síntese de todos eles. Esta maneira de compreender este versículo está em sintonia talvez com os místicos da Idade Média que chamavam este texto da Carta aos Coríntios como "o salmo do amor", do qual Cristo é o modelo.

Em conclusão:

Podemos afirmar que o fio condutor da mensagem de São Paulo é o amor de Deus, e o amor-agápe entre os homens. O amor segundo Paulo dirigindo a mensagem à comunidade de Corinto torna-se o fato gerador de toda a atividade cristã. É por esta razão que se deve sempre agir de acordo com a inspiração divina. O apóstolo nos revela, na sua pregação e atividade pastoral, que esse princípio organizador, o amor cristão, deve ampliar-se, transcender horizontes, insuflando nas pessoas desejos de acolhida, serviço e salvação. Estes fatos Paulo não estavam encontrando resposta na incipiente Comunidade por ele fundada. Nessa pedagogia de amor e cruz, Deus nos mostra, pelo despojamento de Jesus, que o amor, para ser eficaz, não pode medir conseqüências nem estabelecer limites. Amar é sempre ir mais além. O cristianismo impõe à Igreja a necessidade de um amor consistente, a Deus e ao próximo como tarefa aos que buscam a salvação. Amar é dar-se, continuamente, sem jamais, em momento algum, exigir nada em troca. É querer e nunca é demais repetir e realizar o bem do outro, mesmo expondo-se a um sacrifício. O amor verdadeiro se regozija com a Verdade, que é o próprio Cristo, nossa paz. Amar, ser justo e ter paz são juízos convergentes Amar é estar a serviço, é crer e esperar. Nesta perspectiva podemos entender o final do versículo primeiro “e se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Cor 13,1) desta forma: Se não tenho amor, o amor de Deus para com toda a humanidade, por causa Dele, e só Dele, eu não sou melhor diante de Deus do que os instrumentos que soam semelhante ao latão, que muitos usam nas cerimônias de adoração a deuses pagãos. Ou ainda como o címbalo que retine. Este címbalo foi feito de duas peças de bronze, ocas, que, sendo atingidas por um bastão de ferro ou madeira, fazem tilintar, mas na verdade um som muito fraco. Se não vivermos o mandamento do amor, segundo o pensamento de Paulo seremos como o metal que soa ou como o sino que tine. Paulo quer que o amor na Comunidade de Corinto seja contagiante e soe por todos os lados, e chegue ao ponto de atrair os pobres e mais pequenos para a comunidade.