O tema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2014, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), terá como Tema “Fraternidade e Tráfico Humano”. O lema, que norteará a Campanha da Fraternidade: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”, baseado na passagem bíblica da Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas capítulo 5. O esforço conjunto da Igreja que terá início a Campanha da Fraternidade, na quarta feira de cinzas, tem como objetivo geral a identificação das práticas de tráfico humano com suas várias formas e caminhos e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando durante o tempo quaresmal, com extensão de todo o ano de 2014 os cristãos e os membros da sociedade brasileira na busca de formas para erradicar este mal, alcançando o resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

A Igreja do Brasil convida os católicos e todos os homens e mulheres de boa vontade a estarem atentos à triste realidade do tráfico humano. Tanto é que a Campanha da Fraternidade de 2014 terá como tema “Fraternidade e Tráfico de Pessoas” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gálatas 5,1).

A realidade é assustadora e os noticiários diariamente nos mostram a tristeza deste tipo de ação, que na totalidade escondem o que é mais cruel e trágico para a vida de tantos jovens ávidos a buscarem recursos para terem mais dignidade e sobreviverem. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, possui várias pastorais e organismos que trabalham direta ou indiretamente com o tema. A sombra deste trabalho anônimo, mas grandioso que a CNBB organizou um Grupo de Trabalho do Tráfico Humano, que tratou várias questões,entre elas a da preparação da Campanha da Fraternidade.

Este grupo de trabalho está formado com representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Pastoral (vinculada à Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB), do setor de Mobilidade Humana e da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz.

Otráfico de pessoas é uma atividade que destrói a dignidade, e que a sociedade está hoje atenta quanto a esse assunto. “Na história da CF é a primeira vez que se aborda o tema do tráfico humano. Apesar do gigantismo da estrutura deste crime organizado, só recentemente a sociedade em geral começou a conhecer a gravidade deste problema social e a mobilizar-se para seu enfrentamento”.

O texto base mostra a realidade cruel do tráfego humano e suas rotas.

A CNBB está disponibilizando o texto-base da Campanha, com informações e estatísticas sobre a questão do tráfico humano, obtidas em órgãos oficiais e organismos internacionais, sobretudo da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, foram analisados dados do Ministério da Justiça, que apontam que este tipo de crime está presente em todos os Estados da Federação, com mais de 240 rotas de tráfico.

O lançamento da Campanha da Fraternidade será na quarta-feira de cinzas, dia 5 de março uma data significativa. “É bom lembrar que a Campanha da Fraternidade acontece durante a quaresma, tempo litúrgico importante que apresenta-se como um itinerário de conversão aos cristãos em vista da celebração da Páscoa. Com a Campanha da Fraternidade, a Igreja quer nos indicar a conversão. Não existe conversão verdadeira de um cristão se ele está alheio aos grandes problemas que atingem a vida em sociedade, especialmente aos irmãos e irmãs mais necessitados, neste ano os que padecem com o tráfego de seres humanos.”

O texto base sugere como estudo do problema do tráfego humano o método ver-julgar e agir.

Primeiro passo:  “ver” – como e onde se encontra o tráfico humano,

Segundo passo: “julgar” – Procura-se encontrar as causas do tráfico para o trabalho escravo, exploração sexual, adoção ilegal e retirada de órgãos, tecidos e ossos.

Terceiro passo: “agir”: Tentativas de buscar soluções para o problema do tráfego humano e outras formas de tolhimento da liberdade. Qual a resposta da Igreja e dos cristãos para esta dura realidade.

Concluindo

Que durante o período quaresmal e durante o ano possamos nos empenhar e conhecer de perto este problema do trafego humano, tão presente e escondido em nossa sociedade. O entendimento desta realidade nos ajudará a viver este tempo litúrgico da Igreja que nos impele não apenas na busca de uma conversão individual, mas um empenho e solidariedade com o problema do tráfego humano e com aqueles que sofreram ou estão sofrendo as consequências desta situação de maldade e pecado.

Consulta: Livro base da Campanha da Fraternidade 2014, CNBB.