São dois temas distinhos, unidos pelo denomidor comum que é a História de Israel. A deportação dos judeus é um fato marcante da história para o povo de Israel e Flávio Josepo é um autor que escreveu uma importante obra sobre a história de Israel.

A deportação dos Judeus

A deportação aconteceucerca de 6 séculos antes que Cristo nascesse. O Reino de Judá, cuja capital era Jerusalém, foi conquistado pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor, e os habitantes foram deportados e viveram, por cerca de 50 anos, no exílio, em Babilônia.

Esse fato histórico é contado, na Bíblia, por 2Rs 25 e também por Jeremias 52. Houveram duas deportações. A primeira aconteceu em 598 antes de Cristo. 11 anos mais tarde, em 587, a cidade de Jerusalém, com o seu Templo, foi destruída e houve o segundo grupo, bem maior do que o primeiro, deportado para a Babilônia.

O retorno foi possível graças a Ciro e aconteceu em 538, antes de Cristo.

Além de ser um fato histórico, os profetas leram esse evento como a manifestação divina na história. Eles julgam essa tragédia como fruto do pecado do povo, sobretudo dos governantes, que não souberam obedecer a Lei de Deus. É provável que essa leitura tenha reforçado, se não até fundamentado, a concepção da retribuição: uma ação contrária a Deus traz uma reação divina.

Ezequiel é um dos mais eloquentes em relação ao exílio. Ele foi levado para a Babilônia com o primeiro grupo. No capítulo 21 do seu livro ele anuncia a devastação da cidade de Jerusalém, obra, segundo ele, das mãos divinas, que age através de Nabucodonosor.

Graças às palavras proféticas podemos correr o risco de colocar Deus como protagonista de coisas negativas. Mas a mensagem que nos deve iluminar é que a presença divina na história é constante e que Ele caminha com seu povo, prometendo sempre a libertação que, para os hebreus, chega com Ciro e, para nós cristãos, com a vinda de Jesus.

Flávio Josepo

Como você menciona na sua pergunta, foi um personagem que viveu no primeiro século da era cristã; teria morrido no ano 100 depois de Cristo. Foi, portanto, contemporâneo da igreja nascente, mas não era um cristão. De origem hebraica, tornou-se um cidadão romano e escreveu duas obras importantes. A primeira, Guerra dos Judeus, é fundamental para entender a revolta dos judeus contra o império romano, que culminou na destruição de Jerusalém - e do Templo, no ano 70 depois de Cristo.

A segunda obra é chamada de "Antiguidades Judaicas". Nela o autor conta a história do mundo, desde a criação até a Revolda dos Judeus, em uma perspectiva judaica. Essa obra é famosa porque contém um texto que falaria a respeito de Jesus. Seria, portanto, a primeira menção extra-bíblica de Cristo. Esse trecho é conhecido como "Testimonium Flavianum". O texto diz:

"Havia neste tempo Jesus, um homem sábio [, se é lícito chamá-lo de homem, porque ele foi o autor de coisas admiráveis, um professor tal que fazia os homens receberem a verdade com prazer]. Ele fez seguidores tanto entre os judeus como entre os gentios.[Ele era o Cristo.] E quando Pilatos, seguindo a sugestão dos principais entre nós, condenou-o à cruz, os que o amaram no princípio não o esqueceram;[ porque ele apareceu a eles vivo novamente no terceiro dia; como os divinos profetas tinham previsto estas e milhares de outras coisas maravilhosas a respeito dele]. E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não está extinta até hoje."

Todavia, há muitas dúvidas sobre a autenticidade desse trecho. Muitos dizem que se trata de uma adjunta feita por algum cristão, mais tarde, e que não vem diretamente do histórico judeu.

Flávio Josepo era um judeu contestado pelo seu povo, pois tido como traidor. Ele, de qualquer forma, se retinha um judeu fiel e defendia a sua religião, como testemunha um outra sua obra, chamada "Contra Apião"

Aconselho a ler aspectos biográficos da sua vida na Wikipedia.