A Bíblia não fala literalmente de pessoas que vendem cigarros e bebidas alcoólicas.

O tema dos cigarros e bebidas alcóolicas é muito polêmico pois alguns cristãos (evangélicos) dão muito importância a este comportamento, enquanto que outros, que igualmente são cristãos (os católicos), não retém que esta prática seja proibida por causa da própria crença.

Em relação ao cigarro, o tema é completamente ausente da Bíblia. O motivo é muito simples: o seu uso é muito recente e não existia no tempo bíblico. De fato os colonizadores que chegaram na América o conheceram somente no século XVI. Apenas em 1613 foi mandado dos Estados Unidos para a Inglaterra a primeira carga de tabaco. O costume existia entre os índios de Tobago e outras ilhas do Caribe e era intimamente ligado às práticas religiosas. Cristovão Colombo se impressionava ao ver como os índios expiravam fumaça pelo nariz, através de um cachimbo em forma de Y, chamado “tabaca”, de onde nasceu o nome “tabaco”.

Quanto à bebida alcoólica, ao contrário do cigarro, há inúmeras passagens bíblicas que mencionam este argumento. Isaías, por exemplo, fala várias vezes de modo negativo. Ele, em 28,7, diz que os falsos profetas cambaleam por efeito do vinho, confundindo-se em suas visões, divagando nas suas sentenças. Também o livro dos Provérbios sentencia: A zombaria está no vinho, e a insolência na bebida! Quem nisso se perde não chega a ser sábio. Poderíamos continuar com outras passagens.
Contudo, ao mesmo tempo, há passagens que falam do vinho sem nenhuma recriminação. Basta pensarmos às Bodas de Canã, onde Jesus realiza o seu primeiro milagre. Naquela ocasião Jesus transforma 6 talhas cheias de água em vinho para os convidados (João 2). Aliás, na tradição hebraica o vinho tem uma grande importância na celebração do sábado (shabbat) e também na páscoa, tanto que Jesus toma esse simbolismo na sua última ceia. É em relação a isso que o profeta Isaías, o mesmo que critica o excesso, diz, falando do banquete divino: Iahweh dos Exércitos prepara para todos os povos, sobre esta montanha, um banquete de carnes gordas, um banquete de vinhos finos, de carnes suculentas, de vinhos depurados (25,6).

Pessoalmente, creio que o fumo e a bebida não testemunham necessariamente situações de pecado. Por outro lado acredito que o excesso é, sem dúvida, uma forma de pecado, uma forma de afastamento de Deus. É necessário também ter presente que o alcolismo é definido como uma doença e não podemos absolutamente relacionar doença e pecado, como certas vezes aconteceu na história. O princípio básico que nos impede o uso, sem medida, de substâncias tóxicas é aquele segundo o qual o corpo é templo do Espírito Santo (1Coríntios 6,19). Essas substâncias, em excesso, estragam o nosso corpo. Um corpo não cuidado é sinal de falta de sintonia com Deus (veja Romanos 12,1-2).