Este manual privilegia os diversos passos do método histórico-crítico, mas está igualmente atento para contribuições de outros campos. Conforme o autor, "o fascínio da exegese reside também no fato de que a Bíblia nos interpreta. À medida que vamos descobrindo coisas na e da Bíblia, ela vai nos descobrindo também. É precisamente essa dialética de interpretar e ser interpretado que dá ao labor exegético um gosto todo especial".

"Quem se aproxima da Bíblia com a intenção de garimpar ali a riqueza da palavra de Deus, logo descobre que se encontra ante um duplo desafio. O primeiro tem a ver com a estranheza da fonte: como entender o significado de textos formulados há pelo menos dois milênios, num contexto histórico e geográfico tão distinto do nosso? O segundo se deve à natureza da fonte: ela não se contenta em informar sobre o passado, mas quer provocar nos leitores de hoje uma resposta obediente, engajada e comprometida. Que significa isso no concreto, considerando as mudanças que nosso mundo tem experimentado?

Há um relativo consenso na pesquisa bíblica de que não se pode responder ao segundo desafio sem que antes se tenha correspondido ao primeiro. Para proclamar o Evangelho de forma adequada em nossa situação, deve o intérprete descobrir e avaliar o impacto do texto no ambiente original em que foi gerado. Essa, em síntese, é a tarefa a que se propõe a ciência bíblica conhecida pelo nome de exegese.

Este manual privilegia os diversos passos do método histórico-crítico, mas está igualmente atento para contribuições de outros campos. Pode ser adaptado a diferentes circunstâncias e tem em vista as pessoas que levam a sério a tarefa de auscultar a palavra de Deus no passado e no presente. Saudamos com alegria este excelente trabalho, que vem suprir uma sentida lacuna nos meios acadêmicos e no mercado editorial brasileiro." (Verner Hoefelmann)