A separação dos casais não é uma prática cristã e é vista pela Bíblia como uma situação de pecado.

Há dois textos fundamentais que precisamos considerar para entender bem o que a Bíblia diz. O primeiro se encontra em Gênesis, na narração da criação (Gênesis 2,18-24). Deus, depois de ter criado o homem, julga que não é bom que o homem esteja só. Por isso cria a mulher, da costela do homem. Então o homem exclama: Esta, sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne! Ela será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do homem! . Nos versículos 24 diz: Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne. 

O segundo texto se encontra em Mateus 19,3-9:

Alguns fariseus se aproximaram dele, querendo pô-lo à prova. E perguntaram: “É lícito repudiar a prórpria mulher por qualquer motivo?” Ele respondeu: “não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar” Eles, porém, objetaram: “Por que, então, ordenou Moisés que se desse carta de divórcio quando repudiase?” Dele disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no princípio não era assim. E eu vos digo que todo aquele que repudiar sua mulher – exceto por motivo de fornicação – e esposar outra, comete adultério.” 

O primeiro testo, fundamenta antropologicamente a relação entre o homem e a mulher. Entre os dois sexos existe  uma comunhão:  em hebraico existe um jogo de palavra, que não aparece em português (homem e mulher em hebraico é ish e isha). O nome sublinha a união, a raiz comum, que existe entre os dois.

O texto de Mateus, o segundo brano proposto, tem como pano de fundo uma controvérsia entre os judeus do tempo de Cristo. Entre eles, haviam alguns que toleravam o divórcio e outros que não o aceitavam. Há vestígios de uma clássica discussão entre dois mestres daquele tempo, Hilel e Shamai, sobre os motivos que justificavam a separação. De fato, no Antigo Testamento, na lei de Moisés, o homem podia se divorsiar de sua esposa, conforme é descrito em Deuteronômio 24, por qualquer motivo (se ela não encontra mais graças aos olhos do homem). É sobre essa questão intervém Jesus. O ensinamendo de Jesu é bastante claro e sublinha a indissolubilidade do matrimônio. É verdade que em Mateus, em 19,9, o texto insinua que se pode repudiar a mulher em caso de “fornicação”, mas a tendência é dizer que essa exceção é um tipo de concessão temporária dada à comunidade judaico-cristã de Mateus, visto que nos outros textos paralelos que falam dessa passamgem (Marcos 10,11s; Lucas 16,18 e 1Coríntios 7,10s) não se acena a nenhuma exceção.

Cada igreja tem uma legislação diferente sobre o casamento. Basta pensar que um dos problemas à base da da separação entre igreja católica e Igreja Anglicana foi essa questão. A Igreja Católica é muito intransigente e não admite que alguém possa se casar uma segunda vez, exceto em caso de morte de um dos cônjuges. 

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