Como vemos em Romanos 11,1 e Filipenses 3,5, Paulo era um judeu, da tribo de Benjamim. Ele era também cidadão romano (Atos dos Apóstolos 16,37-38), um previlégio dado sobretudo aos habitantes das províncias  não itálicas. Esse se traduzia em muitas vantagens econômicas, políticas, fiscais e jurídicas.

Provavelmente Paulo era um poliglota, pois conhecia certamente o hebraico, língua que não era mais falada naquela época, mas era usada para ler as Escrituras e para o culto em geral. Na palestina se falava o aramaico. Foi nessa língua que provavelmente ele se dirigiu ao povo, como contado em Atos dos Apóstolos 21,40. A língua mais usada na parte oriental do Império Romano era o grego e Paulo o conhecia, tanto que suas cartas foram escritas nessa língua (veja Atos dos Apóstolos 21,37, quando o tribuno romano se impreciona que Paulo conhecesse o grego). Provavelmente, como cidadão romano, conhecia também o latim. Mas quanto a isso não há indícios claros, exceto alguns latinismos nas suas cartas.

Paulo, em geral, era uma pessoa muito culta. Provavelmente usufruiu da riqueza cultural da sua cidade natal, Tarso. Em relação aos estudos bíblicos, tema da sua pergunta, não é fácil dar uma resposta, pois não há uma fonte segura sobre a qual basear-se para responder. Sabemos que ele era um fariseu (Filipenses 3,5). Isso o destingue da classe dos saduceus, que controlavam, naquele tempo, o culto em Jerusalém. Os fariseus, apesar do nosso preconceito, era um grupo religioso muito mais próximo do povo do que os saduceus, movimento aristocrático, sacerdotal. Isso tinha reflexo também nas convicções religiosas. Os fariseus, ao contrário dos saduceus, acreditavam na vida eterna, nos anjos, retinham autoritários os demais livros da Bíblia (além dos 5 primeiros) e também tinham em grande estima a tradição oral (que mais tarde se torna o Talmude). Em poucas palavras, os fariseus interpretavam as Escrituras de forma menos rigorosa, mais próxima às exigências do povo.

Os fariseus se formavam em escolas ligadas às sinagogas, ou seja, em lugares de culto gerenciados por eles, presentes onde existisse comunidade de judeus. Era nessas 'escolas' que os judeus aprendiam a ler as Escrituras, em hebraico, e as bases da própria doutrina. Paulo, com certeza, iniciou numa dessas escolas, em Tarso, a sua formação bíblica. Conforme o texto de Atos 22,3, ele teria continuado os seus estudos bíblicos em Jerusalém, tendo como mestre Gamaliel, que tinha muita fama na cidade.

Outras informações não é possível dar, pois não temos fontes que nos ajudam.