Lendo a Bíblia com olhos críticos da modernidade, certamente ficamos frustrados com o espaço dado às mulheres. Ou seja, em relação às ações do povo de Deus, normalmente liderado por homens, as narrações bíblicas não satisfazem o nosso ideal de igualdade entre gêneros. Todavia tal situação não deve servir para dogmatizar a vontade de Deus, pois a Palavra de Deus, escrita na Bíblia, sofre a influência do tempo em que foi revelada, onde prevalecia uma cultura dominada pelos homens.

Apesar disso, há inúmeras situações bíblicas que testemunham a importância que têm as mulhers no plano divino. Basta considerarmos personagens como Sara (Gênesis 17,15-16), Rebeca (Gênesis 24,67), Raquel e Lia (Gênesis 29,16-20), Míriam (Êxodo 15:21), Raabe (Josué 2,1.9), Debora e Jael (Juízes 5,7.24), Rute (Rute 1,16; 4,13-14), Ana (1Samuel 1,27; 2,1), Ester (Ester 4,13,14), Hulda e Judite (Judite 15,9). E, no Novo Testamento, a figura feminina central é Maria, a mãe de Jesus. Porém aparecem também outras mulheres. Temos as diferentes marias que acompanham Jesus até aos pés da Cruz, sobretudo Maria Madalena. Além delas, temos Priscila em Atos 18, Febe, que em Romanos 16,1 é considerada como uma diaconisa.

Em relação ao tema da mulher profeta, a passagem clássica é 1Coríntios 11. Esse texto de Paulo fala sobre a boa ordem que deve reinar nas assembleias, sobre a conduta dos homens e mulheres. Ele não fala expressamente da profecia das mulheres, mas no versículo 5 faz uma recomendação onde transparece natural que a mulher, na assembleia, ore e profetize. Diz:

Mas toda mulher que ore ou profetize com a cabeça descoberta, desonhra a sua cabeça.

Concluindo, já nos textos bíblicos, apesar do machismo típico da sociedade de então, é possível ver quanto a mulher é importante no plano de Deus. Hoje, graças as conquistas da luta feminina, é um grande pecado não aceitar o protagonismo das mulheres na evangelização, que certamente é de acordo com a vontade de divina.